O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, afirmou nesta segunda-feira (6/2) que a reforma tributária é a grande prioridade do governo no início do mandato e deve ser aprovada ainda no primeiro semestre do ano.
“Nós acabamos de ter eleição para presidentes da Câmara e do Senado e ambos os presidentes eleitos são favoráveis à reforma tributária, que pode fazer diferença, trazendo eficiência econômica, simplificando e ajudando o investimento no Brasil”, disse Alckmin, ao participar de um seminário promovido pela BandNews.
“Acredito que possa ser aprovada ainda neste primeiro semestre. Temos que aproveitar o início do governo para aprovar as PECs (Propostas de Emenda à Constituição), que exigem maioria qualificada”, projetou o vice-presidente. “O primeiro item é a reforma tributária, que pode, em 15 anos, trazer um ganho de 10% no crescimento do PIB brasileiro, reduzindo o custo de pagamento de impostos.”
Outras prioridades
Além da reforma tributária, segundo Alckmin, o Brasil precisa avançar na discussão sobre o acesso ao crédito, a reindustrialização do país, os acordos comerciais internacionais e a economia verde.
“Uma segunda questão que eu destacaria é o custo de capital. O crédito é fundamental para podermos crescer e termos um custo de capital adequado”, disse o ministro da Indústria. “Quando um banco financia um importador estrangeiro, ele está financiando o emprego no Brasil. Está financiando a indústria brasileira ou a empresa brasileira do agronegócio. As grandes economias do mundo têm um Eximbank (agência de créditos oficial do governo dos EUA). O mundo inteiro financia a sua exportação.”
Sobre os acordos internacionais, Alckmin afirmou que o governo brasileiro deve intensificar as relações “não só com a União Europeia, mas com outros países”. “Tem que correr com os acordos internacionais. Tem que ter inserção na economia internacional, nas grandes cadeias globais da economia. Os acordos internacionais são importantes”, disse.
Em relação à chamada “economia verde”, Alckmin defendeu que o Brasil assuma protagonismo nesse tema. “O mundo depende do Brasil, da Indonésia e do Congo. Três florestas tropicais. Isso é 55% das florestas tropicais do mundo”, afirmou. “À medida que avançamos na agenda verde, vamos evitar de ser prejudicados na exportação. Houve um aumento do protecionismo no mundo pós-pandemia.”