O novo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), estimou nesta terça-feira (5) em três meses o prazo para a Casa votar a proposta de reforma da Previdência Social. Alcolumbre concedeu entrevista à GloboNews e foi questionado sobre uma entrevista na qual o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que o objetivo é conseguir os votos a favor da reforma em até dois meses e votar a proposta até maio. "No Senado, a gente sente dos senadores também o desejo, na sua ampla maioria, de que a reforma passe, que a gente possa virar essa página no Brasil em relação a combater esses privilégios e poder dar para as pessoas um Estado mais eficiente", afirmou Alcolumbre. Por se tratar de proposta de emenda à Constituição (PEC), a reforma da Previdência precisa do apoio mínimo de três quintos dos parlamentares: 308 dos 513 deputados e 49 dos 81 senadores. Se a proposta for aprovada em dois turnos na Câmara, seguirá para o Senado, onde também será submetida a dois turnos de votação. Para o presidente do Senado, a reforma a ser votada precisa estabelecer idades diferentes para homens e mulheres poderem se aposentar. Articulação com governadores Na entrevista desta terça-feira, Alcolumbre anunciou uma reunião com governadores para "cobrar" empenho deles junto às bancadas dos estados para a proposta ser aprovada. Para o presidente do Senado, os governadores estão "desesperados" com a situação fiscal e por isso precisam "incorporar o sentimento" a favor da reforma. De acordo com o Tesouro Nacional, no ano passado, o sistema previdenciário registrou déficit de R$ 290,2 bilhões. Outros temas Saiba outros temas abordados por Davi Alcolumbre: Votação aberta para presidente do Senado "Vamos trabalhar com os senadores para construir e já tem uma proposta do senador Lasier Martins (PSD-RS) que está tramitando e a gente vai dar celeridade nas comissões para que isso [o voto aberto para presidente do Senado] aconteça. Eu sempre me manifestei nas minhas redes sociais que eu gostaria que o voto fosse aberto para as pessoas saberem quem os senadores estariam escolhendo." Vitória sobre Renan Calheiros "Confesso que acho que, se o MDB, na decisão da bancada, tivesse escolhido Simone Tebet, talvez tivesse inviabilizado nossa candidatura. Como o MDB ofertou a candidatura do Renan, esse sentimento das ruas e o desgaste natural com o tempo da imagem do senador Renan proporcionou que os senadores viabilizassem uma candidatura competitiva". CPI para apurar tragédia em Brumadinho "Assim que começarem as sessões do Senado, a gente vai dar encaminhamento [ao pedido de criação de CPI para apurar o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho], fazer a leitura, se tiver o número que o regimento impõe, que são 27 assinaturas, nós vamos fazer a leitura, vamos instalar a comissão e vamos deixar os senadores façam a apuração para ajudar o Brasil. Eu acho que vai dar uma contribuição, porque qualquer parlamentar que queira dar uma contribuição para que uma tragédia dessas nunca mais aconteça é uma ação muito bem-vinda." G1