O Banco Central subiu de 11,5% para 14% sua estimativa de reajuste dos preços da energia elétrica neste ano. A informação está na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) – que manteve os juros estáveis em 11% ao ano na semana passada –, divulgada nesta quinta-feira (24.07).
O reajuste da energia elétrica previsto pelo BC já é quase o dobro do estimado pela própria autoridade monetária no início deste ano. Em janeiro de 2014, o Banco Central estimativa que o aumento da eletricidade seria de 7,5%, valor que foi mantido em fevereiro. Em abril, já estimava uma alta de 9,5% e, em maio, passou para 11,5% sua estimativa de alta.
Falta de chuvas
O setor energético passa por uma situação mais complicada neste ano por conta da falta de chuvas. Em situações normais, quase toda a energia consumida no Brasil vem de hidrelétricas. No início desde ano, porém, os reservatórios das principais usinas do país baixaram muito devido à falta de chuvas e, para poupar água, todas as termelétricas disponíveis estão sendo usadas.
Porém, como as térmicas funcionam por meio da queima de combustíveis (óleo, gás, biomassa), a energia gerada por elas costuma ser mais cara e isso impacta a conta de luz. A queda no nível dos reservatórios também levou a patamar recorde o preço da energia no mercado à vista, para onde recorrem as distribuidoras que não têm sob contrato, a preços fixos, toda a energia que precisam para atender aos seus consumidores.
Pela regra, tanto o custo extra com as térmicas quanto com a compra de energia no mercado à vista deveriam ser pagos pelas distribuidoras nesse primeiro momento. Depois, elas seriam compensadas nos reajustes que acontecem todos os anos.
O governo já se comprometeu em colocar R$ 13 bilhões no setor elétrico neste ano com recursos orçamentários, e já admite empréstimos bancários de até R$ 17,7 bilhões o valor do empréstimo bancário para socorrer as distribuidoras – valor que será repassado às contas de luz de todos os brasileiros a partir de 2015.
Preços administrados
Na ata do Copom divulgada nesta quinta-feira, o Banco Central também subiu de 5% para 6% sua previsão para os chamados "preços administrados" em 2015 e também passou a projetar uma variação de 4,8% para 2016.
Os preços administrados que geralmente sobem todos os anos são: ônibus interestaduais, energia elétrica residencial, água, planos de saúde, serviços farmacêuticos, telefone fixo, telefone celular, telefone público e pedágio. Aqueles que não têm reajuste pré-determinado anualmente, mas que sobem de vez em quando: gasolina, álcool combustível, gas de bujão, óleo diesel, ônibus urbano, metrô, trem e correios.
Telefonia neste ano
A autoridade monetária também informou na ata do Copom que suas estimativas contemplam redução de 3,8% nas tarifas de telefonia neste ano. Em maio, o Banco Central previa que a telefonia teria uma queda maior em 2014: 4,2%.
Fonte: G1