O relatório semestral de política monetária do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos), enviado ao Congresso juntamente com o primeiro pronunciamento de Janet Yellen no comando da instituição, aponta o Brasil como um dos países mais afetados pela turbulência nos mercados emergentes e livra o Fed da culpa pelos acontecimentos recentes nessas nações.
"Brasil, Índia, Indonésia, África do Sul e Turquia estão entre as economias que parecem ter sido mais afetadas", diz o relatório do FED, argumentando que as moedas desses países caíram fortemente, enquanto as divisas de países como a Coreia do Sul e de Taiwan, por exemplo, foram mais resistentes. Em um ano, o real acumula desvalorização de 21,9% ante o dólar.
O Fed avalia que os investidores parecem estar fazendo diferenciações entre os mercados emergentes, com base em suas vulnerabilidades econômicas específicas.
Para o Fed, diferentemente da onda de vendas vista em meados em 2013, que foi mesmo provocada pela alteração nas expectativas com a política monetária do Fed, desta vez a turbulência se deve a "alguns acontecimentos adversos" externos. O relatório aponta que, em dezembro, quando a instituição anunciou, de fato, uma redução dos estímulos monetários, a reação dos mercados financeiros emergentes foi "relativamente contida".
"Em seguida, em janeiro, a volatilidade nesses mercados retornou. Diferentemente do ano passado, houve pouca mudança nas expectativas com a política monetária dos EUA nesse período."