O Brasil é o país com maior crescimento da dívida externa entre os países da América Latina, destacou nesta quarta-feira (20) em relatório a agência internacional de classificação de risco Moody’s.
Segundo o documento, a América Latina teve a segunda maior média de dívida externa sobre o PIB entre quatros regiões, com 48% no final de 2015, comparado a 78% da Europa emergente, 47% para Ásia-Pacífico, e 43% para África e Oriente Médio.
Neste cenário, a agência destaca que a dívida externa está crescendo mais rápido no Brasil do que na região da América Latina como um todo, levando a relação entre dívida externa e o PIB do país de 22% em 2005 para 38% em 2015.
A Moody’s aponta que, embora seja uma proporção relativamente baixa em um contexto global, a relação continuará crescendo se a economia do Brasil se contrair mais.
Países emergentes estão mais vulneráveis
Segundo o relatório, as economias dos mercados emergentes estão se tornando cada vez mais vulneráveis a choques externos após uma década de acumulação de dívida.
A dívida externa total desses mercados quase triplicou em 10 anos, passando de US$ 3 trilhões em 2005 para US$ 8,2 trilhões no final de 2015. A soma está crescendo mais rápido que o PIB e que as reservas internacionais para muitos desses países, destaca a Moody’s.
A agência espera que o crescimento global permaneça lento no médio prazo e que os preços das commodities continuem baixos por vários anos daqui para frente.
“Isto afetará as receitas cambiais e a acumulação de reservas dos países exportadores de commodities. O potencial de diminuição dos fluxos de capitais, caso as taxas de juros nos EUA continuem subindo, também agravaria a situação da dívida nas economias emergentes”, informou a Moody’s em nota.
Fonte: G1