De estrela emergente até 2011, o Brasil deve figurar neste ano na lanterninha de desempenho econômico entre os países em desenvolvimento, segundo estudo da consultoria EY, antiga Ernst Young.
O país terá um crescimento, na melhor das hipóteses, de 2,4% em 2013 -a previsão média do mercado é de expansão de 2,24%.
Entre os 25 emergentes pesquisados pela EY, o Brasil terá o 7º pior desempenho -só superior ao de República Tcheca (-1%), Ucrânia (0,3%), Polônia (0,9%), que afundam na esteira da União Europeia, além de Egito (1,7%), África do Sul (2,0%) e Coreia do Sul (2,1%) neste ano.
O expansão média dos emergentes, que sustentaram o crescimento mundial entre 2009 e 2011, será de 4,6% em 2013 -o pior no período analisado (de 2011 até o previsto para 2016).
A previsão é que o Brasil só volte a crescer acima de 4%, como deseja o governo federal, após 2016.
E isso sem contar com nenhuma melhora significativa no ambiente macroeconômico e institucional, como o corte de despesas públicas ou o fomento à infraestrutura e aos investimentos privados.
Será pela simples inércia da economia brasileira, a sétima maior do mundo, que não tem outra alternativa além de expandir os investimentos para atender à demanda crescente da população por bens e serviços.
"O Brasil crescerá pela inércia. Não estamos contando com nenhuma melhora significativa nas políticas públicas. Mas também não estamos trabalhando com uma piora no cenário externo", disse André Ferreira, sócio responsável por mercados estratégicos da EY. A consultoria revisa a cada três meses suas previsões para o mundo emergente.
Segundo Ferreira, o ponto crítico é o desaquecimento da China, maior compradora de commodities brasileiras.
Segunda maior economia do mundo, a China deve crescer 7,3% em 2013; 7,8% em 2014; 7,7% em 2015; e 7,5% em 2016.
O relatório prevê ainda que só em 2016 o Brasil voltará a ter inflação no centro da meta de 4,5%. Até lá, a inflação deve variar de 6,3% (previsão para 2013) para 5,8% (2014) e 5,1% (2015).