O crédito bancário registrou tombo pelo segundo ano seguido em 2017, informou o Banco Central nesta segunda-feira (29).
No fim de 2017, o volume total de empréstimo dos bancos somou R$ 3,08 trilhões, recuo de 0,6% em relação ao fechamento de 2016 (3,1 trilhões). Em 2016, o crédito já havia caído 3,5%.
O chefe do Departamento de Estatística do Banco Central, Fernando Rocha, apontou, porém, que vem acontecendo uma "recuperação gradual" do crédito desde o início do último trimestre do ano passado, que já pode ser observada em algumas modalidades de empréstimos.
"Tem algumas modalidades que saíram na frente. Algumas outras não iniciaram esse processo de recuperação", acrescentou Rocha.
O BC divulgou também nesta segunda que o juro do cartão de crédito e do cheque especial caiu em 2017, mas continua acima de 300% ao ano.
Crédito para pessoa física subiu
O BC informou que o crédito para as pessoas físicas apresentou recuperação em 2017, com alta de 5,6% no volume emprestado.
"No crédito às famílias com recursos direcionados (saldo de R$ 798 bilhões, +0,6%), destacaram-se os financiamentos imobiliários (+0,3%)", informou a instituição.
Por outro lado, houve queda de 7% no crédito para as empresas no último ano, "refletindo os efeitos combinados da retração de 2,6% nas concessões e das liquidações de contratos".
No crédito às empresas, houve aumento nas carteiras destinadas ao comércio (R$ 252 bilhões, +5%) e administração pública (R$132 bilhões, +3%), mas queda para o ramo extrativista (R$ 21 bilhões, -23,4%).
Para 2018, a previsão do Banco Central é de que o estoque de crédito bancário registre aumento de 3%. A previsão para pessoas físicas é de crescimento de 7%, já o estoque de crédito para empresas deve cair 2% neste ano, de acordo com a autoridade monetária.
Com isso, o aumento do volume total de crédito de 2018 deve ficar abaixo da projeção de inflação para este ano (estimativa do mercado é de uma variação de 3,95% para o IPCA neste ano), o que significa que não haverá crescimento real do estoque de crédito, ou seja, acima da inflação.
Fonte: G1