A taxa de desemprego no Brasil manteve a trajetória de queda registrada e fechou o primeiro semestre de 2022 em 9,3%, menor percentual apurado desde dezembro de 2015. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (29) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Mesmo diante do recuo, o percentual ainda representa que 10,1 milhões de profissionais estão fora da força de trabalho, um recuo de 1,8 ponto percentual na comparação com os três meses anteriores, o que representa 1,9 milhão de pessoas a menos em busca por uma colocação profissional no país.
Adriana Beringuy, coordenadora da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), explica que retração da taxa de desocupação no segundo trimestre segue movimento já observado em outros anos. "Em 2022, contudo, a queda mais acentuada dessa taxa foi provocada pelo avanço significativo da população ocupada em relação ao primeiro trimestre", afirma.
O levantamento mostra ainda que, pela segunda vez consecutiva, a população ocupada chegou a 98,3 milhões e atingiu o maior valor desde o início da série histórica da pesquisa. Na comparação com o trimestre anterior, o contingente saltou 3,1%, com 3 milhões de pessoas a mais no mercado de trabalho, sendo 1,1 milhão na informalidade.
Na comparação com o mesmo período do ano passado, o aumento é de 8,9 milhões de trabalhadores. Com o crescimento, o nível da ocupação, percentual de ocupados na população em idade de trabalhar, foi estimado em 56,8%.
Em relação ao aumento da ocupação, a pesquisadora aponta para a expansão disseminada entre diversas atividades econômicas, com destaque para o comércio (3,4%), a indústria (2,7%) e a administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (4,5%).
No comércio, o aumento foi de 617 mil pessoas frente ao trimestre anterior e, na indústria, de 332 mil. Outros crescimentos significativos foram registrados pelos setores de construção (3,8%, ou mais 274 mil pessoas), informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (3%, ou mais 336 mil pessoas), outros serviços (3,2%, ou mais 158 mil pessoas) e serviços domésticos (4%, ou mais 227 mil pessoas).
Com a expansão da ocupação, a força de trabalho (soma de ocupados e desocupados) chegou a 108,3 milhões de pessoas, o maior contingente da série histórica da pesquisa. A alta foi de 1% (1,1 milhão de pessoas) na comparação com o último trimestre e de 4% (4,1 milhões de pessoas) frente ao mesmo período do ano passado.