Os níveis de endividamento do Brasil vão continuar crescendo ao longo de 2016 e permanecerão altos apesar dos esforços do governo para promover uma consolidação fiscal, "potencialmente enfraquecendo o perfil de crédito soberano" do país, segundo análise da agência de classificação de risco Moody's divulgada nesta quarta-feira (3).
De acordo com a agência, o Brasil tem um nível de dívida mais elevado que o dos demais países com a mesma nota de risco – Baa – e a análise mostra que essa taxa deve ficar ainda mais divergente.
"No entanto, as tendências fiscais do Brasil são apenas um dos vários fatores que pesam na nota e na tendência de crédito", ressalta a Moody's. "A posição fiscal do Brasil vai permanecer pressionada, mas a trajetora futura do rating do Brasil vai depender, em última análise, da avaliação da Moody's sobre uma gama de riscos fiscais, econômicos, externos e políticos".
PIB e juros
A análise mostra que o crescimento fraco da economia e as altas taxas de juros prejudicam os esforços do governo pelo ajuste fiscal.
"As receitas do governo caíram mais rápido que os gastos como resultado de um crescimento econômico mais fraco que o esperado. Seguir cortando gastos vai compensar apenas parcialmente a queda na arrecadação", diz o texto.
Segundo Mauro Leos, vice-presidente da agência, é "improvável" que o governo atinja as metas de superávit primário para este ano, fixada em 1,2% do PIB, e para 2016, em 2%.
"Mesmo que o Brasil atinja suas metas de superávit primário, as altas taxas de juros manterão altos os custos para o governo em 2016", diz Leos.
Fonte: G1