O Brasil retomou o crescimento no início de 2024 com expansão de 0,8% no primeiro trimestre sobre os três meses anteriores, em um resultado impulsionado pelo consumo das famílias e pelos investimentos, e, do lado da produção, por serviços e agropecuária.
O resultado do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre divulgado nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) representa uma recuperação depois de queda de 0,1% no quarto trimestre, em dado revisado de uma estagnação informada antes.
Também ficou em linha com a expectativa em pesquisa de Reuters de um avanço de 0,8%.
Na comparação com o primeiro trimestre de 2023, o PIB teve avanço de 2,5%, contra expectativa de alta de 2,2% nessa base de comparação.
A atividade econômica no Brasil mostrou tração neste início de ano diante de um ambiente que favorece o consumo das famílias com o mercado de trabalho aquecido, aumento da renda e inflação sob controle. Analistas consideram ainda que o pagamento de precatórios no primeiro trimestre ajudou a impulsionar o crescimento.
Os dados do PIB mostram que no primeiro trimestre, a Agropecuária foi o destaque do lado da produção, com crescimento de 11,3% depois de três trimestres seguidos de perdas.
Os Serviços –setor que responde por cerca de 70% da economia do país– avançaram 1,4% no período, mostrando forte aceleração ante os resultados de 2023.
Por outro lado, a Indústria teve contração de 0,1% entre janeiro e março, marcando uma forte perda de força depois de expansão de 1,2% no quarto trimestre.
Do lado das despesas, o consumo das famílias apresentou crescimento de 1,5%, ritmo mais forte desde o segundo trimestre de 2022. Já as despesas do governo ficaram estagnadas.
No que se refere ao setor externo, as exportações de bens e serviços tiveram desempenho positivo de 0,2%, enquanto as importações cresceram 6,5%.
A Formação Bruta de Capital Fixo, uma medida de investimento, teve alta de 4,1% no primeiro trimestre, também mostrando forte recuperação após crescimento de apenas 0,5% no período anterior.
Olhando à frente, o afrouxamento monetário já promovido pelo Banco Central — com a Selic atualmente em 10,5% — também deve ajudar a sustentar a economia este ano, favorecendo as condições de crédito ainda que siga em patamar considerado restritivo.
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