Questionado por jornalistas nesta terça-feira (5) sobre a criação de novos impostos, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que o governo "está considerando" a questão.
Ele deu a declaração após reunião no Palácio do Planalto com o presidente em exercício Michel Temer e outros ministros.
Os jornalistas quiseram saber de Meirelles se, diante da proposta de revisão da meta fiscal de 2017 ser anunciada ainda nesta semana, o governo trabalharia com a hipótese de mais impostos.
"Estamos considerando", respondeu Meirelles, "e vamos divulgar as conclusões ainda nesta semana", concluiu o ministro.
Em maio, Meirelles havia dito, em uma entrevista coletiva no Palácio do Planalto, que não está descartada a possibilidade de o governo propor aumento de impostos.
Segundo ele, porém, o Executivo não pretendia elevar impostos "num primeiro momento" por considerar que a carga tributária já é elevada, mas isso poder ocorrer "em algum momento".
Cerca de duas semanas antes dessa declaração, também ao falar sobre impostos, o ministro da Fazenda chegou a declarar que, se houver aumento, será "temporário".
'Medidas impopulares'
Nesta segunda (4), ao participar de um evento com representantes do agronegócio em São Paulo, o presidente em exercício, Michel Temer, sinalizou que "medidas impopulares" estão por vir.
"A partir de um certo momento, nós começaremos com medidas mais impopulares", disse o peemedebista na ocasião, sem detalhar quais seriam essas medidas.
No Planalto, assessores do presidente dizem que ele fez uma referência indireta à reforma da Previdência Social, que ainda enfrenta resistência de centrais sindicais, e a uma eventual criação de impostos.
Meta fiscal de 2017
Na mesma entrevista à imprensa nesta terça, no Palácio do Planalto, na qual falou sobre impostos, Henrique Meirelles declarou que o governo deve anunciar a proposta de revisão da meta fiscal de 2017 até a próxima quinta-feira (7).
Embora o Congresso Nacional trabalhe com a meta enviada pelo governo da presidente afastada Dilma Rousseff, que não prevê déficit ou superávit nas contas públicas, o ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira, já disse que o Executivo enviará uma nova meta, com previsão negativa.
Segundo Meirelles, os números ainda precisam ser fechados, a meta será "a menor possível", mas "realista e crível".
Fonte: G1