Fiesp prefere reforma administrativa, que mexe com servidores, à do IR
Para o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, o ideal seria primeiro reduzir o tamanho do Estado, e só depois discutir a reforma tributária
Em reunião com o deputado federal Celso Sabino (PSDB-PA), relator do projeto de lei que trata da reforma do Imposto de Renda, empresários paulistas expressaram temor pelo aumento de carga que mudanças em seu relatório preliminar poderiam acarretar a setores produtivos e defenderam prioridade para a reforma administrativa.
Sabino esteve na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital, onde conversou com quase cem representantes de entidades da indústria, comércio, serviços, agronegócio, saúde, entre outros.
Em nota, a Fiesp disse que uma das principais falas do deputado foi no sentido de reafirmar a disposição de reajustar a tabela do IR de Pessoas Físicas e reduzir a alíquota de IR de Pessoas Jurídicas para 12,5% a partir de 2023. De acordo com a nota, Sabino disse que a medida poderia deixar nas mãos dos empresários R$ 98 bilhões, que poderiam ser utilizados para a promoção de novos negócios e geração de empregos.
Para o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, no entanto, o ideal seria fazer primeiro uma reforma administrativa, que pretende reformar carreiras para futuros servidores e reduzir o tamanho do Estado. E, só depois, discutir a reforma tributária. A opinião foi compartilhada por outros representantes presentes na reunião.
Segundo Skaf, o atual momento, de escassez de recursos, é perigoso para uma reforma tributária, e a preocupação é que não haja aumento de impostos, principalmente para os segmentos que recolhem pelo regime de lucro presumido. Com outro projeto em discussão, que prevê a fusão do PIS e da Cofins na Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), o risco é de sobretaxa a essas empresas, segundo Skaf.
O presidente da Fiesp também disse que uma reforma como a proposta tem que ser muito bem discutida para não penalizar nenhum segmento da economia brasileira e que tudo ainda está em construção.
Os empresários apresentaram questionamentos a respeito do mecanismo que limita em R$ 20 mil por família a isenção de pagamento de IR de dividendos, além de solicitarem a extensão da isenção para pagamento de dividendo de empresas coligadas, Sociedades de Propósito Específico (SPEs) e Sociedades por Conta de Participação (SCPs), ponderações que, segundo a Fiesp, Sabino ficou de rever.
Fonte: Valor Investe