A agência de classificação de risco Fitch Ratings divulgou um relatório nesta quarta-feira (27) no qual prevê que a recessão no Brasil em 2016 deve ser "menos profunda" do que se esperava anteriormente. A estimativa de queda passou de 3,8% para 3,3% este ano.
No relatório, a Fitch cita que o PIB brasileiro no primeiro trimestre deve ter resultados melhores que o esperado, e uma queda acentuada nas importações ajudou a impulsionar o comércio. Ainda segundo o estudo, a economia brasileira "provavelmente vai se estabilizar até o fim do ano".
Para 2017, a agência que tirou o grau de investimento do país, melhorou sua previsão de crescimento brasileiro de 0,5% para 0,7%. Em 2018, a Fitch é ainda mais otimista, com uma previsão de avanço do PIB de 2%.
"A melhora nas projeções reflete uma contração menos acentuada do PIB no primeiro trimestre. Os indicadores de confiança também começam a melhorar desde que o presidente interino Temer assumiu em maio", diz a agência.
A "ainda forte contração" do PIB em 2016 reflete a queda na demanda doméstica, que está sendo parcialmente amenizada pela contribuição positiva das exportações, diz o relatório.
A Fitch também cita a estabilização nos preços das commodities após um longo ciclo de baixa como favorável para economias emergentes como o Brasil, colocando a Rússia e China dentro de projeções melhores.
As taxas de juros no Brasil, hoje mantidas em 14,25% ao ano, devem permanecer neste patamar até o fim do ano e ser reduzidas no próximo, avalia a agência. "Contudo, chances de cortes nos juros podem surgir no fim de 2016 se a inflação e as expectativas inflacionárias continuarem a recuar e as incertezas fiscais caírem com a implementação de medidas", diz o agência.
Economia global
Para a economia global, a Fitch reforçou a apreensão com as incertezas causadas pelo referendo que decidiu pela saída do Reino Unido da União Européia (UE). A agência cortou a previsão de crescimento do Reino Unido e dos países da UE para 1,7%, enquanto vê um horizonte mais favorável para os gigantes emergentes, citando uma recuperação da China para o segundo trimestre acima do esperado.
FMI
O Fundo Monetário Internacional (FMI) também melhorou sua previsão para a economia brasileira em 2016, pela primeira vez após cinco revisões para baixo. A expectativa também é que o PIB "encolha" 3,3% em 2016 – ante uma queda de 3,8% estimada em abril.
Para 2017, o FMI agora prevê que a economia brasileira voltará a crescer. O órgão estima um avanço de 0,5% no PIB, contra uma projeção de crescimento nulo feita nos dois últimos levantamentos do órgão.
Fonte: G1