As expectativas dos analistas de mercado para a inflação e a atividade se deterioraram mais uma vez, mostra o Boletim Focus, do Banco Central (BC). Após permanecer durante três semanas em 6,46%, a mediana das estimativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu para 6,48%, taxa mais próxima ainda do teto da meta perseguida pelo governo, de 6,5%.
Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que, após avanço de 0,40% em junho, o IPCA acumulou alta de 6,52% em 12 meses. No Focus, a estimativa da inflação em 12 meses saiu de 5,89% para 5,92%, mas para 2015 seguiu em 6,10%.
Para o IPCA de julho, os analistas reduziram ligeiramente a aposta, de 0,25% para 0,24% de aumento.
Uma revisão relevante foi feita nas estimativas para os preços administrados. A mediana para 2014 saiu de 5,10% para 5% de aumento e a de 2015, de 7% para 6,50%.
Os analistas Top 5 também recalibraram suas estimativas de inflação e juros. A mediana de médio prazo para o IPCA deste ano foi de 6,41% para 6,51% de incremento, mas a de 2015 caiu de 7,03% para 6,75%. Enquanto isso, eles esperam que a taxa básica de juros, a Selic, termine este ano no nível atual de 11%, mas veem o juro subindo mais 0,50 ponto até o fim do próximo calendário. Na estimativa do mercado em geral, as apostas para a Selic continuaram as mesmas: 11% neste ano e 12% em 2015.
Quanto à atividade, os analistas cortaram pela sétima vez consecutiva a estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, de expansão de 1,07% para 1,05%. A projeção para a produção industrial piorou ainda mais, de queda de 0,67% para retração de 0,90%. Para 2015, a estimativa de expansão do PIB ficou em 1,50%, mas a da produção industrial foi de expansão de 2,10% para 1,80%.
Fonte: Valor Econômico