Empresa cria central de manutenção de carrinhos de compras dentro de presídio semiaberto de Campo Grande
O grupo empresarial Pereira, que atua no varejo e atacado com as bandeiras Comper e Fort Atadista em Mato Grosso do Sul, inaugurou nesta sexta-feira (5), em Campo Grande, uma central de manutenção de carrinhos de compras.
A unidade foi instalada no centro penal agroindustrial da Gameleira, que abriga presos do regime semiaberto. No espaço, com 600 metros quadrados, presos em regime semiaberto vão trabalhar na manutenção dos carrinhos de 18 lojas do Fort Atacadista e Comper na capital sul-mato-grossense. O programa faz parte das ações sociais do grupo empresarial.
Inicialmente, foram selecionados cinco reeducandos para participar do programa que consiste em prestação de serviços, em troca de remuneração e redução de pena. Na prática, a cada três dias de trabalho, pelo qual eles recebem um salário mínimo, se reduz um dia de pena. Mas, na realidade, a iniciativa é mais do que isso.
“Queremos uma sociedade melhor, com mais segurança, com oportunidades de emprego. A iniciativa privada tem a obrigação de ajudar nessa transformação. Esse é um programa piloto que queremos levar a outros Estados em que atuamos”, disse Beto Pereira, presidente do grupo.
Mesmo antes da inauguração do Centro de Manutenção, o trabalho já começou para os reeducandos. Desde 18 de janeiro eles estão envolvidos na organização e no processo de funcionamento da logística de operação do galpão, cedido, sem custos, pelo presídio, e reformado pelo Grupo Pereira, para que se ofereça boas condições de trabalho a todos os que se juntarem à este programa.
Para Albino Coimbra Neto, Juiz Titular da 2ª Vara de Execução Penal de Campo Grande, essa é uma iniciativa de transformação de vida dos participantes.
“Acreditamos no ser humano, independente do erro que ele cometeu. A vida de muitos aqui reflete a realidade do nosso país, diante de tantos desafios sociais. Aqui, mais de 70% dos internos não conseguiram finalizar o ensino fundamental. Esse projeto do Grupo Pereira vem tornar realidade o nosso sonho de transformar a vida dessas pessoas”, avalia.
Ronaldo Alves da Silva, de 40 anos, cumpre pena de 27 anos, 17 deles já cumpridos. Para ele, a chance de participar desse projeto representa um importante aprendizado de trabalho. “Essa é uma oportunidade para o meu futuro. Não podemos parar no tempo. Essa oportunidade que o Grupo Pereira nos dá, precisamos agarrar com as duas mãos, levando esse conhecimento para o futuro. Isso é bom não só para mim mas para os outros internos. Acredito que esse projeto deve, com certeza, aumentar e vai ser um novo trabalho para todos nós”, comemora.
Fotos: Roberto Higa
Fonte: G1 MS