O ministro da Economia, Paulo Guedes, culpou aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo atraso na tramitação da reforma administrativa. Segundo ele, “O entorno do presidente bloqueou, não deixou andar no início, depois veio a covid e embaralhou tudo”.
O vice-presidente da Câmara, deputado Marcelo Ramos (PL) já havia afirmado que a chance da reforma administrativa proposta pelo governo passar no Legislativo é zero, pois "nem o presidente quer" . "A PEC dos Precatórios já foi na marra e a chance é zero de votar a administrativa”, disse.
Guedes defendeu a proposta que, segundo ele, enxuga os cofres públicos permitindo gastos com investimento em outras áreas.
“O que estamos fazendo é para o futuro, não atinge nenhum funcionário atual. A reforma administrativa está bastante desidratada, graças a Deus, porque não precisa avançar sobre o direito de ninguém”, disse ao participar do 11º Seminário de Administração Pública e Economia do IDP, (Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa) sobre o tema Reforma Administrativa.
Por se tratar de uma PEC, o texto precisa passar em dois turnos nas duas Casas do Legislativo com dois terços dos votos. Os funcionários públicos, no entanto, pressionam congressistas para barrar o avanço do tema.
O relator do texto na Câmara, Arthur Maia, elogiou Guedes, mas não garantiu avanços da proposta neste ano sem a ajuda do presidente.
“Se o senhor presidente da República não tomar para si a responsabilidade política de chamar a sua base para que ajude a aprovar, não há nenhuma possibilidade dessa matéria caminhar”.
PEC dos Precatórios e contas públicas
Apesar do resultado negativo de 0,1% no PIB (Produto Interno Bruto) no segundo trimestre, Guedes disse que o governo está fazendo um bom trabalho e que o resultado primário comprova.
“Dificilmente vocês encontram uma experiência da história de um país que tenha deficit de 2% do PIB (Produto Interno Bruto), a covid chegou e fomos a 10,5%, e 2021 fecha abaixo de 0,5%. Não existe precedente disso. Um dia eu conto o segredo”.
Guedes também agradeceu ao Congresso por permitir a aprovação da PEC dos Precatórios.
“Essa PEC reconhece o mérito das decisões do Judiciário, não ousa questionar isso, mas pede que se respeite a nossa capacidade de pagamento, para não inviabilizar a República”.
Fonte: iG Economia