O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou deflação de 0,38% em março, após ter subido 0,06% em fevereiro, influenciado pela queda expressiva nos produtos agropecuários no atacado e também pelo recuo dos preços industriais, informa a Fundação Getulio Vargas (FGV). É a menor taxa para o mês desde 2009, quando houve queda de 0,84%.
No primeiro trimestre, o IGP-DI acumula alta de apenas 0,12%. Em 12 meses, o indicador subiu 4,41%.
O IGP-DI é usado para alguns reajustes de tarifas públicas, contratos de aluguel e planos de saúde, nos contratos mais antigos, segundo a FGV.
No atacado, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) caiu 0,78% em março, após recuar 0,12% em fevereiro. Os produtos agropecuários aprofundaram a queda, de 0,67% para 2,09%, enquanto os produtos industriais saíram de alta de 0,08% para recuo de 0,30%.
Na separação por estágios de produção, os bens finais tiveram queda de 0,04%, ante recuo de 0,10% no mês anterior. O principal responsável por este movimento foi o subgrupo alimentos in natura (2,16% para 3,91%). Mas retirando-se alimentos in natura e combustíveis para o consumo, os bens finais cederam 0,20%, ante queda anterior de 0,16%.
Os bens intermediários declinaram 0,89%, ante 0,21% um mês antes, puxados pelos materiais e componentes para a manufatura (de 0,81% para -0,70%).
No estágio das matérias-primas, a queda passou de 0,51% em fevereiro para recuo de 1,51% em março, puxada por milho (-4,82% para -9,63%), laranja (9,66% para -1,97%) e mandioca (-0,03% para -5,06%). Em sentido ascendente, vale mencionar minério de ferro (1,56% para 3,41%), bovinos (-2,67% para -0,71%) e aves (-2,73% para -0,50%).
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,47% em março, ante 0,31% em fevereiro, com cinco das oito classes de despesa registrando taxas mais altas. A maior contribuição partiu do grupo Alimentação (-0,16% para 0,71%), influenciado por hortaliças e legumes, cuja taxa passou de 0,41% para 5,45%.
Também subiram Habitação (0,51% para 1,10%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,51% para 0,71%), Vestuário (-0,18% para 0,11%) e Despesas Diversas (0,31% para 0,90%), puxados por tarifa de eletricidade residencial (0,34% para 6,15%), artigos de higiene e cuidado pessoal (0,12% para 1,25%), calçados (0,05% para 0,51%) e cigarros (0,12% para 1,41%), respectivamente.
Ficaram no campo negativo Transportes (0,61% para -0,30%), Educação, Leitura e Recreação (0,68% para -0,11%) e Comunicação (0,09% para -0,95%), repercutindo os itens gasolina (0,28% para -1,93%), passagem aérea (4,65% para -6,58%) e tarifa de telefone residencial (-0,22% para -3,55%), nesta ordem.
Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) desacelerou a alta entre fevereiro e março, de 0,65% para 0,16%.
Entenda o índice
O IGP-DI faz parte dos Índices Gerais de Preços da Fundação Getulio Vargas que registram as variações de preços de matérias-primas agropecuárias e industriais, de produtos intermediários e de bens e serviços finais. O IGP-DI é coletado entre o primeiro e o último dia do mês de referência e abrange toda a população, sem restrição de renda. O IGP-10 mede a evolução de preços no período compreendido entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência. Já o IGP-M é coletado entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.
Fonte: G1