A porcentagem de microempreendedores endividados chegou no menor nível da série histórica, a 24%, em pesquisa realizada pelo Sebrae em conjunto com o IBGE (Insituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Desde o início da pandemia, em março de 2020, o Sebrae analisa o impacto da crise sobre os pequenos negócios, sobretudo em relação às dívidas.
A maior taxa de inadimplência aconteceu justamente no início da crise sanitária, entre maio e julho, quando ficou em 41%.
Com a retomada da economia e a volta gradual à normalidade, o número diminuiu e, há 1 ano, estava em 31%.
Além disso, o último levantamento também mostra que 37% dos pequenos negócios estão com as dívidas sob controle, enquanto 39% não apresentam dívidas.
No mesmo período de 2021, em outro levantamento realizado pelo Sebrae em conjunto com a FGV, chegou-se à conclusão de que 35% das empresas não possuíam dívida alguma e 35% estavam inadimplentes.
O presidente do Sebrae Nacional, Carlos Melles, reconhece o esforço dos empreendedores em pôr as contas em dia. “Bastou melhorar um pouco o faturamento médio das empresas que a inadimplência caiu. Isso prova o quanto os donos de pequenos negócios são comprometidos e bons pagadores”, avalia.
Outro dado que chama atenção é a melhora no faturamento médio das empresas, que ficou positivo em 3%.
Destaca-se, ainda, que metade dos empresários realizou investimentos nos últimos meses, sobretudo em relação à aquisição de máquinas e equipamentos (31%) e instalações (26%).
Por fim, no tocante ao crédito, a pesquisa mostra que um terço dos empresários procurou por crédito em instituições financeiras, mas apenas 25% tiveram acesso ao dinheiro emprestado.
Melles destaca que o acesso ao crédito para os pequenos negócios foi decisivo para a sobrevivência das empresas e a consequente retomada econômica. “Vamos continuar defendendo uma política de crédito mais acessível para os donos de pequenos negócios, que neste ano foram responsáveis por mais de 70% dos empregos com carteira assinada gerados no Brasil”, concluiu.