A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) deve atrair entre 1,7 milhão e 2 milhões de pessoas ao Brasil, disse ontem (17) à Agência Brasil o secretário nacional interino de Políticas de Turismo do Ministério do Turismo, Sandro Fernandes. “Isso, por si só, deve trazer impacto para o país de mais ou menos R$ 1,2 bilhão na economia”, acrescentou.
Somente em despesas diretas com hospedagem e alimentação, a estimativa é atingir R$ 660 milhões. O gasto médio por turista, incluindo hospedagem, transporte e alimentação, deverá ficar em torno de R$ 305 por dia, informou o secretário. A expectativa serve tanto para turistas estrangeiros, como nacionais.
Fernandes não tem dúvidas que a JMJ vai atrair mais turistas estrangeiros do que a Copa das Confederações, que ocorreu no Brasil, no mês passado. “Do Cone Sul, deve vir uma quantidade muito grande de peregrinos”.
A previsão do Ministério do Turismo é que somente da América do Sul, em especial do Chile, Peru e da Argentina, devem vir muitos peregrinos de ônibus. “Somente do Chile, deve vir cerca de mil ônibus”, informou o secretário interino.
A entrada dos peregrinos na cidade do Rio de Janeiro deverá se intensificar a partir do próximo fim de semana. “O grande evento para os peregrinos é a chegada do papa [Francisco], no dia 22. Só no desfile do papa, em Copacabana, o Ministério do Turismo calcula a possibilidade de 1 milhão de pessoas. Também na missa que vai haver em Guaratiba, nós estimamos 1 milhão de pessoas”.
Até o momento, Sandro Fernandes disse que estão inscritas como peregrinos 312 mil pessoas, das quais 40% são estrangeiros. Mais 60 mil pessoas estão inscritas como voluntários do evento, das quais 10% são estrangeiros.
A jornada coincidiu com o mês em que normalmente o Brasil recebe um fluxo maior de turistas em razão da alta temporada. Considerando o evento em si, o secretário interino comentou que deve haver um aumento razoável de turistas entre 500 mil e 1 milhão de pessoas, em relação a um evento normal nesta época do ano.
Vários destinos brasileiros estão consolidados como potencial turístico religioso no Brasil. Os mais citados, segundo o secretário, são Belém do Pará, em função do Círio de Nazaré, considerado uma das maiores festas religiosas do mundo; as Missões, no Rio Grande do Sul; Juazeiro do Norte, no Ceará, que recebe em torno de 2 milhões de devotos por ano; Aparecida, em São Paulo, tida como a capital das romarias e maior destino turístico religioso do país atualmente; e Nova Trento, em Santa Catarina, que “ainda está engatinhando, mas já recebe cerca de 20 mil a 25 mil peregrinos por mês”.
Fernandes disse que Salvador, na Bahia, também é uma cidade muito procurada por turistas religiosos, não só em função da diversidade religiosa que apresenta, mas também por ser a cidade que tem a maior quantidade de templos católicos do mundo. Ele acredita que, com a provável canonização de Irmã Dulce, “isso, sem dúvida, vai alavancar muito o turismo religioso no Nordeste”.
Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes, a Irmã Dulce, nasceu em Salvador, em 1914, e morreu em 1992. A religiosa católica brasileira ganhou notoriedade por suas obras de caridade e de assistência aos pobres e necessitados. Foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz, em 1988. Em 2011, foi beatificada pelo enviado especial do papa Bento XVI, dom Geraldo Majella Agnelo, em Salvador. A beatificação é o último passo antes da canonização. Caso isso se efetive, Irmã Dulce pode se tornar a primeira santa católica nascida no Brasil.