A Caixa Econômica Federal informou nesta segunda-feira que teve lucro líquido contábil de R$ 3,920 bilhões no primeiro trimestre, com alta de 22,9% na comparação com o mesmo período do ano anterior. O lucro recorrente ficou em R$ 3,870 bilhões, com avanço de 5,8%.
A carteira de crédito ampla da Caixa terminou março em R$ 685,842 bilhões, com recuo de 1,2% em três meses e de 2% em 12 meses. O índice de inadimplência ficou em 2,47% no primeiro trimestre, de 2,97% no primeiro trimestre de 2018.
A margem financeira foi de R$ 12,407 bilhões no primeiro trimestre, com alta anual de 0,1%. As despesas com provisão para créditos de liquidação duvidosa (PDD) totalizaram R$ 2,827 bilhões, redução de 24,4% em 12 meses.
Segundo a Caixa, seu índice de Basileia subiu para 20,1% em março, de 19,6% ao fim de 2018 e 18,3% em março daquele ano. O retorno sobre o patrimônio (ROE) ficou em 15,8%, de 16,1% e 15,8%, respectivamente.
"No primeiro trimestre de 2019, com o começo da nova gestão, a Caixa iniciou o processo de redirecionamento de sua estratégia, baseada nas premissas de ser um banco rentável e com foco na valorização da sociedade brasileira. Para tanto, foram definidos sete eixos para os próximos anos, englobando: meritocracia, controle de custo, crédito, governança, monetização de ativos, mais Brasil e legado. Diversas medidas importantes para o alcance dos novos objetivos estratégicos foram realizadas", diz o relatório da administração.
Crédito imobiliário
A carteira imobiliária da Caixa alcançou saldo de R$ 447,4 bilhões em março, com aumento de 3,3% em 12 meses. Com essas evoluções, a Caixa ganhou 0,32 p.p. de participação no mercado imobiliário, alcançando uma fatia de 68,8%. A poupança da Caixa atingiu saldo de R$ 296,625 bilhões, avanço de 6,4% em 12 meses.
A Caixa também informou que suas despesas administrativas atingiram R$ 8,423 bilhões no primeiro trimestre, com queda de 9,2% em três meses, mas alta de 7,9% em 12 meses. Segundo o banco, seu objetivo é atingir uma economia de R$ 3 bilhões no biênio 2019-2020.
As receitas de prestação de serviços e tarifas bancárias somaram R$ 6,538 bilhões, com queda de 2,6% no trimestre e alta de 2,3% no ano. As receitas com fundos de investimento aumentaram 19,8% e em convênios e cobrança bancária houve avanço de 8,5%.
Segundo a Caixa, no lucro do primeiro trimestre um dos destaques foi o crescimento de 31,2% no resultado com participações em coligadas e controladas, que atingiu R$ 380 milhões, sendo composto, majoritariamente, pelo resultado obtido com a Caixa Seguridade.
Corrupção
A auditoria do balanço da Caixa no primeiro trimestre, realizada pela PwC, ainda contém ressalvas, em função das investigações de corrupção no banco. De acordo com a auditoria, considerando que as ações relacionadas às investigações de supostos atos ilegais por parte de certos administradores e ex-administradores estão em andamento, os possíveis impactos decorrentes não são conhecidos.
Consequentemente, diz a PwC, não foi possível determinar se havia necessidade de ajustes ou divulgações adicionais relacionados a esse assunto. As investigações foram iniciadas em razão de notícias divulgadas desde 2015 em conexão com a operação "A Origem" e, a partir de 2017, em conexão com as operações "Cui Bono?", "Sepsis" e "Patmos", deflagradas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal. A partir disso, a administração do banco adotou ações internas e investigação independente foi iniciada.
Segundo a Caixa, a primeira fase da investigação independente, já finalizada, gerou diversas recomendações que já foram adotadas ou estão em processo de adoção. "Essa investigação independente não indicou, até o momento, a existência de qualquer evento capaz de gerar impacto material nas demonstrações contábeis. A Caixa continuará acompanhando e apoiando os processos de investigação das autoridades competentes até a sua conclusão e avaliando, sistematicamente, qualquer nova informação que possa demandar providências adicionais", diz o banco.
Valor