Contra a Reforma Administrativa, a insatisfação popular viajou para a cidade de Maceió, capital do estado de Alagoas, no último sábado, dia 11 de dezembro. O movimento sindical e os movimentos sociais de todos os estados nordestinos saíram da Pça Multieventos em caminhada pela Orla da Praia de Pajuçara até o apartamento do deputado e presidente da Câmara Federal, Arthur Lira.
Mais de 80 militantes sociais de Sergipe participaram do protesto na cidade de Maceió. Membro do Conselho Fiscal do SINDOMESTICO/SE, Raimunda Leal participou do ato e testemunhou palavras de apoio, buzinas e palmas de pessoas que estavam na praia e pararam pra ouvir o protesto.
“O recado foi dado no estado que elegeu Arthur Lira: não queremos a Reforma Administrativa para destruir o serviço público. Pela quantidade de manifestantes e sindicatos que fizeram uma marcha enorme, bem vermelha e bonita, com muitas faixas, o deputado federal já deve estar sentindo o peso da insatisfação popular. Esperamos que ele mude de ideia, que ele escute a população brasileira cansada de sofrer com o desemprego e a fome. Com Lula, a população comia picanha, hoje a população está na fila do osso. Será que os deputados não enxergam isso?”, questionou Raimunda Leal.
Rilda Alves, presidente da CUT Alagoas, falou sobre a Reforma Administrativa (PEC 32). “Precisamos valorizar mais o serviço público. Esta PEC não melhora a vida de ninguém, pelo contrário, veda recursos, reduz o acesso dos serviços à população, por isso neste ato, em que Alagoas está acolhendo outros estados do Nordeste, vamos abordar mais uma vez os parlamentares que é quem tem poder de voto, poder de veto e que são eleitos para melhorar a vida da população, ao invés de usar o voto como moeda de troca”, alertou.
O professor Chicão, dirigente do SINTESE, presenciou dirigentes sindicais de todos os estados do Nordeste, trabalhadores do campo e da cidade na manifestação. “Fomos até o apartamento de Lira para entregar um ofício pelo arquivamento da PEC 32. Chamamos por ele, interfonamos, mas preferiu não nos receber e nem quis receber o ofício. Alagoas tem uma história marcante na política brasileira pelo peso do coronelismo que sempre atrapalhou todo tipo de esforço democrático. Assim, no protesto foi questionado o orçamento secreto que destinou emendas aos deputados que apoiam Bolsonaro. A velha política do ‘toma lá, dá cá’ em detrimento do que realmente interessa à população”, criticou Chicão.
Manifestantes do Nordeste também criticaram que um dos objetivos da Reforma Administrativa é privatizar o serviço público. Para os dirigentes sindicais, além de apoiar os desastres do governo Bolsonaro e de não analisar os pedidos de impeachment, o deputado Arthur Lira não pode aprovar a Reforma Administrativa e, assim, ajudar a destruir o serviço público que leva educação, saúde, assistência social, entre outros serviços, à maioria da população brasileira.
Fonte: Faxaju