Nesta semana de decisão sobre os rumos da taxa básica de juros, os analistas de mercado continuam a ver uma inflação bem pressionada e uma atividade enfraquecida, de acordo com as expectativas expressas no boletim Focus, divulgado pelo Banco Central (BC).
Os analistas voltaram a elevar suas estimativas para a inflação, mas, apesar disso, mantiveram as apostas para a taxa básica de juros, a Selic, neste ano e a reduziram para 2015. A expectativa é que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) tenha alta de 6,47% em 2014, em vez de 6,43% como contemplado anteriormente, e de 6% no próximo ano, sem mudança. Em 12 meses, a previsão para o IPCA saiu de um avanço de 5,88% para 5,96%.
Para a Selic, foi mantida a expectativa de que encerre o ano em 11,25%. Em 2015, deve estar em 12%, e não em 12,25% como o esperado no relatório anterior. A aposta é que a taxa básica de juro permaneça em 11% no encontro de política monetária desta semana.
Os analistas elevaram também suas expectativas para a alta dos preços administrados, que incluem entre outros itens energia elétrica, medicamentos e combustíveis. Para 2014, essa alta passou de 4,95% para 5% e, para 2015, de 6,28% para 6,50%.
Entre os analistas Top 5 – aqueles que mais acertam as previsões –, há a expectativa de Selic em 11,25% ao fim de 2014, ante 11,50% na previsão anterior. Para 2015, reduziram a aposta de 13% para 12,75%. Todas medianas são de médio prazo.
Os analistas Top 5 continuam a ver uma inflação bem mais salgada que o resto do mercado, embora tenham revisto a previsão de aumento IPCA em 2014 de 6,62% para 6,58%. Para 2015, saltou de 6,35% para 6,90%.
Quanto à atividade, os analistas continuam a fazer pequenos ajustes nas estimativas do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e da produção industrial, o que não altera a fraqueza dos números. Na edição mais recente do Focus, a mediana para a expansão do PIB de 2014 saiu de 1,62% para 1,63% e para 2015, de 2% para 1,96%.
Na sexta-feira, está prevista a divulgação do desempenho da economia brasileira no primeiro trimestre e alguns analistas projetam crescimento de 0,3% em relação ao último trimestre de 2013, feitos os ajustes sazonais.
Para a produção industrial, o Focus manteve a previsão deste ano em 1,40% de avanço e reduziu a do próximo, de 2,37% para 2,20% de aumento.
Fonte: Valor Econômico