A mediana das projeções do mercado para o crescimento da economia em 2019 caiu de 1,23% para 1,13% na pesquisa semanal Focus, divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central com estimativas coletadas até o fim da semana passada.
O dado chama atenção também por não interromper a sequência, agora de 14 de cortes consecutivos, após a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre.
Para 2020, o ponto-médio das expectativas para a economia brasileira permaneceu nos 2,50% em que está agora há sete semanas, vindo de um pico recente de 2,80%, atingido no começo de março.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou na semana passada que a economia brasileira recuou 0,2% nos primeiros três meses do ano, na comparação com o quarto trimestre de 2018, feitos os ajustes sazonais.
O resultado ficou em consonância com a mediana apurada pelo Valor Data junto a 32 consultorias e instituições financeiras. Na comparação ao mesmo período do ano passado, o PIB teve alta de 0,5%, o que também converge com o que o mercado esperava.
O governo reduziu de 2,2% para 1,6% a previsão oficial de crescimento para 2019, segundo o relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas divulgado pelo Ministério da Economia duas semanas atrás. O secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, explicou que o número ainda parece elevado em relação ao mercado porque foi calculado semanas antes da divulgação.
Inflação
A mediana das projeções dos economistas do mercado para a inflação oficial em 2019 voltou a cair, de 4,07% para 4,03%.
Para 2020, o ponto-médio das expectativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) manteve-se em 4,00%, nível em que está desde que o Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou esse percentual como meta de inflação para o ano, em junho de 2017, completando agora 101 semanas.
Entre os economistas que mais acertam as previsões, os chamados Top 5, de médio prazo, a mediana para a inflação oficial teve uma queda mais leve, de 4,15% para 4,14%, em 2019 e ficou em 4,10% para 2020. Para os próximos 12 meses, a pesquisa indicou alta, de 3,56% para 3,58%.
O governo ajustou de 3,8% para 4,1% a sua previsão para o IPCA de 2019, segundo o relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas divulgado pelo Ministério da Economia duas semanas atrás.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) desacelerou para 0,35% em maio, informou IBGE no fim do mês. Embora seja a maior taxa do indicador, que é considerado uma prévia da inflação oficial, para um mês de maio desde 2016, o dado ficou abaixo da mediana das expectativas de consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, que apontava para um IPCA-15 de 0,41%. O "IPCA cheio" de maio será conhecido na próxima sexta.
A meta de inflação a ser perseguida pelo BC é de 4,25% em 2019, 4,00% em 2020 e 3,75% para 2021, sempre com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Valor