Mercado reduz previsão de déficit, mas valor ainda está acima da meta do governo




13/06/2017 - 00:00

Os economistas de instituições financeiras reduziram para R$ 142 bilhões a previsão para o déficit primário do governo federal em 2017. A estimativa foi publicada nesta terça-feira (13) pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, no relatório mensal chamado Prisma Fiscal.

No mês passado, os economistas previam um déficit de R$ 148 bilhões em 2017. Apesar da redução, o valor continua acima da meta fiscal fixada este ano, que é de déficit primário de até R$ 139 bilhões.

Déficit acontece quando as despesas do governo em um ano são maiores que as receitas com impostos e contribuições. O déficit primário não leva em consideração os gastos do governo com o pagamento de juros da dívida pública.

Orçamento

Em março, o governo anunciou um bloqueio de R$ 42,1 bilhões no orçamento, devido à arrecadação abaixo da prevista, reflexo da crise econômica, e gastos maiores que os previstos. A medida foi adotada para cumprir a meta fiscal.

No dia 22 de maio, porém, o governo anunciou que reavaliou as estimativas de receitas e despesas de 2017 e decidiu liberar R$ 3,14 bilhões em despesas que haviam sido bloqueadas.

Para 2018, o mercado financeiro subiu sua estimativa para o déficit primário, de R$ 125,12 bilhões para R$ 127,45 bilhões.

A previsão, apesar do aumento, continua abaixo da meta fiscal que o governo busca revisar no Congresso Nacional. A proposta é de um rombo de até R$ 129 bilhões no ano que vem.

Receitas e despesas

A redução do déficit previsto para 2017 ocorreu porque o mercado passou a prever uma arrecadação maior: de R$ 1,341 trilhão para R$ 1,345 trilhão. Também reduziu a previsão de despesas, que foi de R$ 1,294 trilhão para R$ 1,290 trilhão.

Se o cenário para as contas públicas previsto pelo governo e pelo mercado se concretizar, serão pelo menos seis anos consecutivos com as contas públicas no vermelho.

O governo vem registrando déficits fiscais desde 2014. Em 2015, o rombo, de R$ 114,9 bilhões, foi recorde e gerado, em parte, pelo pagamento das chamadas "pedaladas fiscais" - repasses a bancos oficiais que estavam atrasados.

Para 2016, 2017 e também 2018, a meta é de rombos bilionários nas contas públicas. A previsão da equipe econômica é que as contas voltem ao azul somente em 2020.

Fonte: G1

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