Mato Grosso do Sul é hoje o estado que mais gera eletricidade solar no país por micro-geração, uma categoria com 100 quilowatts de potência. Além do fator econômico, os painéis solares cooperam com a preservação do meio ambiente, já que utilizam energia limpa e renovável.
Ao todo, seis imóveis, cinco na Capital e um em Corumbá, que utilizam a energia do sol para gerar eletricidade, vão receber hoje (6), em Campo Grande, o Selo Solar do Instituto para o Desenvolvimento de Energias Alternativas na América Latina (Ideal).
O certificado é uma forma de reconhecer e incentivara auto geração de energia elétrica.
“É algo de extrema importância para o Estado. Até hoje nenhum selo tinha sido entregue em Mato Grosso do Sul. Esse selo incentiva e divulga a instalação”, afirmou o proprietário da empresa Solar Energy do Brasil, Hewerton Elias Martins.
Logo na estréia, o Estado receberá seis selos, o que garante a liderança no país. Além de Mato Grosso do Sul, uma residência no Rio de Janeiro receberá também o selo.
Sistema: O sistema de captação de luz solar foi regulamentado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) em abril do ano passado. Com a regulamentação, o consumidor residencial ou empresarial fica livre para gerar sua própria energia elétrica.
Pioneiro no Estado, o advogado Ilto Martins, instalou o sistema em seu escritório de advocacia na Capital, em 2011. À época, o advogado recebeu um certificado experimental da Aneel, já que o sistema ainda não estava regulamentado.
A conta de energia, que antes era em média, de R$ 350, caiu para a taxa mínina de imóveis comerciais que é de R$ 50. “São três salas, dois ares-condicionados, copa, geladeira, quatro computadores e, mesmo assim, continuo pagando a taxa mínima”, disse Ilto.
Apesar do investimento inicial de R$ 25 mil, para a instalação do sistema, o advogado garante que foi uma das melhores decisões que poderia ter tomado. “Estou muito satisfeito. A energia solar é nova por aqui, mas na Europa já está consolidada”, lembra.
Segundo Hewerton, a instalação dos painéis solares faz diferença no bolso e no meio ambiente. Em seis meses, a economia gerada equivale a 12 lâmpadas de 60watts desligadas por um ano. No mesmo período, é como se 39 árvores deixassem de ser cortadas.
Outro dado impactante é que seis meses de economia utilizando a energia solar é como se uma tonelada de CO² deixasse de ser emitida na atmosfera. E tudo isso em apenas uma residência.
Com vida útil de 30 anos, o sistema leva, em média, de seis a sete anos para dar retorno do investimento. Sendo assim, o consumidor ficaria pelo menos 23 anos sem pagar a energia elétrica, pagando apenas a taxa mínima, obrigatória.
“Em 30 anos o sistema começa a perder a potência, perdendo a eficiência. Ele passa a produzir pouca energia. O consumidor precisa troca o sistema”, explica Hewerton.
Um sistema de compensação de energia garante que tudo que é produzido mais não é usado pelo consumidor, será lançado na rede da concessionária e ficará de crédito. Esse princípio é conhecido internacionalmente como net metering.
Proprietário da única empresa em Campo Grande que faz a instalação dos painéis, com sede em Curitiba, e atuação em várias partes do país, Hewerton explica que o investimento inicial já reduziu bastante.
“Hoje é possível instalar o sistema por pouco mais de R$ 15 mil”.
Selo - O selo foi criado em 2012 com o objetivo de reconhecer as instituições e residências que consomem um valor mínimo anula de eletricidade solar, ou que têm pelo menos 50% do seu consumo de eletricidade oriunda de fonte solar.
O Instituto Ideal é uma organização privada, sem fins lucrativos, com sede em Florianópolis (SC), que atua na promoção de energias renováveis e de políticas de integração energética na América Latina.