A fim de promover a conscientização sobre os fatores de risco, prevenção e diagnóstico contra a doença, o Governo do Estado por meio da SES (Secretaria de Estado de Saúde) celebra nesta segunda-feira (26), o ‘Dia Nacional do Diabetes’.
O Diabetes Mellitus é uma doença causada pela falta de produção ou má absorção de insulina, hormônio que regula a glicose – açúcar – no sangue e garante energia para o organismo. Produzida pelo pâncreas, a insulina tem a função de quebrar as moléculas de açúcar e a transforma em energia para manutenção das células do organismo.
O diabetes pode causar o aumento das taxas de açúcar no sangue, ocasionando complicações no coração, artérias, olhos, rins e nervos e, em casos mais graves, o diabetes pode levar ao óbito.
A Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas da SES realiza um trabalho de apoio técnico às equipes da APS (Atenção Primária à Saúde) dos 79 municípios do estado. A APS atua como um ponto importante na estratégia para as ações de promoção da saúde e a prevenção ao Diabetes Mellitus, pois a doença representa um dos principais desafios de saúde pública.
Conforme dados do sistema de Informação e Gestão da Atenção Básica – e-Gestor AB – entre os meses de janeiro e dezembro de 2022, cerca de 9,7% da população de Mato Grosso do Sul, ou seja, 279.884 pessoas no estado tiveram o diagnóstico de diabetes registrados.
Segundo a enfermeira da Rede de Pessoas com Doenças Crônicas Não Transmissíveis / Diabetes da SES, Daniela Monti, a data serve para chamar atenção sobre o elevado número de pessoas acometidas por esta doença e que com a mudança de alguns hábitos é possível melhorar a qualidade de vida desses pacientes.
“O foco principal do ‘Dia Nacional do Diabetes’ é de conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico preventivo e do tratamento da doença. Uma alimentação sem qualidade e o sedentarismo podem resultar em sobrepeso ou até mesmo em obesidade que, aliados, são fatores de risco para o desenvolvimento do diabetes, uma doença crônica e silenciosa, com a qual o paciente terá de conviver durante a vida toda”, explica Daniela.
Segundo a SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes), existem atualmente no Brasil mais de 13 milhões de pessoas vivendo com a doença, o que representa 6,9% da população nacional. A melhor forma de prevenir é praticando atividades físicas regularmente, mantendo uma alimentação saudável e evitando consumo de álcool, tabaco e outras drogas. Comportamentos saudáveis evitam não apenas o diabetes, mas outras doenças crônicas, como o câncer.
Principais causas
Os fatores de risco são genéticos e a ausência de hábitos saudáveis, além de outros fatores que podem contribuir com o desenvolvimento do diabetes como o diagnóstico de pré-diabetes, pressão alta, colesterol alto ou alteração na taxa de triglicérides no sangue, sobrepeso, doenças renais crônicas e diabetes gestacional.
Sinais e sintomas
De acordo com o Ministério da Saúde, o Diabetes Mellitus é uma doença crônica não transmissível, hereditária e pode ser classificada como:
Pré-diabético – Quando os níveis de glicose no sangue estão mais altos que o normal, mas ainda não estão elevados o suficiente para caracterizar o Diabetes tipo 1 ou tipo 2. É um sinal de alerta do corpo, que normalmente aparece em obesos, hipertensos e/ou pessoas com alterações nos lipídios;
Diabetes tipo 1 – É a mais comum em crianças e adolescentes, apresenta deficiência grave de insulina devido a destruição das células Beta, associada à autoimunidade;
Diabetes tipo 2 – O mais comum. Está frequentemente associado à obesidade e ao envelhecimento. Tem início velado e é caracterizado por resistência à insulina e deficiência parcial de secreção de insulina pelas células pancreáticas, apresenta frequentemente características clínicas associadas à resistência à insulina, como ‘Acantose Nigricans’ que são manchas escuras na pele, com textura grossa e aveludada e a hipertrigliceridemia que indica um nível elevado de triglicérides no sangue;
Diabetes Mellitus gestacional – Doença metabólica caracterizada pela intolerância à glicose, que se inicia durante a gestação, em gestantes com glicemia normal antes da gestação.
Os sintomas chaves que podem indicar a diabetes são fome e sede excessiva e vontade de urinar várias vezes ao dia. Existem sintomas característicos de cada tipo de diabetes, a exemplo, no diabetes tipo 1 são a perda de peso, fraqueza, fadiga, mudanças de humor, náusea e vômito.
No diabetes tipo 2 os sintomas são formigamento nos pés e mãos, infecções frequentes na bexiga, rins e pele, feridas que demoram para cicatrizar e visão embaçada. As causas estão relacionadas à hipertensão, sobrepeso, sedentarismo, triglicerídeos elevados e hábitos alimentares inadequados.
Diagnóstico
O diagnóstico do Diabetes Mellitus deve ser estabelecido pela identificação de hiperglicemia. São realizados exames laboratoriais que podem usar a glicemia plasmática de jejum, o teste de tolerância oral à glicose e a hemoglobina glicada. Em algumas situações, é recomendado rastreamento em pacientes assintomáticos.
Os usuários diagnosticados ou com suspeitas de diabetes são atendidos na APS por meio da UBS (Unidade Básica de Saúde) onde recebem atendimento integral, como consultas e orientações pelos profissionais de saúde que realizam ações de prevenção e promoção à saúde auxiliando no tratamento da doença.
O diagnóstico precoce pode evitar possíveis complicações, como:
Neuropatia diabética que é uma complicação do diabetes que afeta os nervos periféricos/das extremidades, como mãos e pés;
Problemas arteriais e amputações;
Doença renal;
Pé diabético que são infecções ou problemas na circulação dos membros inferiores que ocasionam o surgimento de feridas que não cicatrizam nos pés;
Problemas sexuais;
Problemas nos olhos;
Catarata;
Glaucoma;
Retinopatia que é uma lesão que atinge os vasos sanguíneos presentes na retina;
Pele mais sensível; e
Alteração do humor, ansiedade e depressão.
Tratamento
Para o tratamento de qualquer tipo de diabetes é necessário o uso de medicamentos antidiabéticos que ajudam a diminuir as taxas de glicose no sangue e o uso da insulina, quando necessário.
É recomendado seguir uma dieta especial, com ajustes na quantidade de calorias e de glicose, fazer exercícios físicos ajudam em uma melhor captação de açúcar no sangue, assim como uma maior sensibilidade do organismo à insulina.
Por isso, mantenha o autocuidado, faça exames e consultas regularmente com equipe especializada.