Duas mensagens eletrônicas dirigidas à categoria pelo presidente do Sindicato dos Servidores do Fisco Estadual do Pará (Sindifisco-PA) e diretor de Comunicação da Federação Nacional do Fisco, (FENAFISCO)Charles Alcantara, desencadearam na intranet e redes sociais série de tributos em memória do ex-secretário da Fazenda do Pará Clóvis Mácola, que morreu no sábado, 7, aos 85 anos. Na primeira mensagem, ele lembra que a notícia da morte do ex-secretário chegou logo depois do júbilo pela aclamação no dia 5 do titular da Sefa, José Tostes Neto, para coordenar o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). Na segunda, ele atribui a Mácola o mais vigoroso programa de modernização da secretaria.
Uma das mais emocionadas homenagens a Mácola é de autoria de Raimundo Peloso da Silva, contemporâneo funcional do ex-secretário no Banpará. Após o primeiro concurso público na Secretaria da Fazenda, promovido pelo próprio Mácola, Peloso tornou-se um dos primeiros concursados do Fisco. “Enquanto o mundo lamenta a partida de Nelson Mandela, nós da Fazenda Estadual do Pará choramos também o desaparecimento do Dr. Mácola, como nós o chamávamos”, reverencia.
Peloso guarda de Mácola ótimas lembranças. “Homem sério, honrado, honesto em seus propósitos e suas atitudes, pleno conhecedor da questão tributária e exigente com todos no cumprimento das tarefas”, recorda. “Foi nesse ambiente de plena valorização dos servidores que iniciei minha carreira profissional na Sefa”, narra Peloso, destacando o “excelente relacionamento profissional e pessoal” que teve com Mácola. “Desempenhei inúmeras funções durante a sua gestão, aprendi e me envolvi profundamente na gestão fazendária e tributária do Pará, sob a sua liderança”.
Lenda
A admiração pelo ex-secretário marca também até hoje a fiscal de receitas Rutilene Garcia. “Clóvis Mácola foi para muitos da Sefa um herói. Para mim, é uma lenda”, emociona-se Rutilene, que começou a trabalhar aos 19 anos na Sefa como estagiária, muito tempo depois da passagem de Mácola pela secretaria. “Ele já havia passado, mas sua presença era bastante viva”, testemunha.
Segundo ela, Mácola virou sinônimo de qualidade. “Muitas vezes, ao tratar de assuntos de trabalho com algum colega, ouvi respostas do tipo: ‘O Dr. Mácola não faria desse jeito’ ou então ‘O Dr. Mácola não gostaria disso ou ainda’ ou ‘Isso foi o Dr. Mácola quem construiu’. Naquele tempo, mesmo ausente, era como se ele ainda fizesse parte do corpo funcional e através de outros determinasse ainda as diretrizes para a Sefa. Isso marcou minha vida”, confessa também emocionada Rutilene.
Realizador
A mesma experiência de admirável convivência teve Walcir Marçal Nogueira, que logo ao ingressar na secretaria os colegas mais antigos trataram de informá-lo que as grandes mudanças na secretaria, tanto física quanto na operacionalidade do Fisco, eram obras de Mácola.
“Em nosso último encontro, ele me explicou porque achava que a nomenclatura das antigas delegacias e agências da Sefa (por ele criadas e estruturadas) não deveria ter mudado para CERAT e OEAT. Mácola estava certo: são termos esdrúxulos e fora do entendimento do público”, diz Nogueira. “Penso que em nossa centenária instituição ninguém legou marca e herança tão grandes quanto o Dr. Mácula”.
Emoção
O adeus a Clóvis Mácola escrito por Charles Alcantara também comoveu a Rosinei Vasconcelos. “Nesta homenagem do nosso colega Charles Alcantara, ele conta um pouco da histórica passagem desse ilustre servidor público, que tanto fez pelo Estado do Pará. Quem trabalhou com ele sabe o quanto nos ensinou e valorizou. Tive o privilégio de chegar a esta secretaria na gestão dele e tenho muito a agradecer. Clóvis Mácola deixa saudades e grandes ensinamentos!”.