As ações da Petrobras lideravam as perdas do Ibovespa em meia hora de negócios. Às 10h30, Petrobras PN cedia 4% e Petrobras ON diminuía 4,36% enquanto o o Ibovespa perdia 0,63%, aos 94.160 pontos. As razões para esse nervosismo são a notícia de que a estatal recuou em sua decisão de reajustar os preços dos combustíveis, sob pressão do governo, e a investigação contra o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), evento visto como um risco para o rumo da reforma da Previdência.
Após anunciar o reajuste do preço do diesel no início da tarde de quinta-feira, a Petrobras recuou à noite. O aumento seria de 5,7% a partir de hoje e o primeiro reajuste depois de 20 dias sem alterações, apesar de alta nas cotações internacionais do produto durante o período. Em nota, a estatal informou que "revisitou sua posição de hedge e avaliou ao longo do dia, com o fechamento do mercado, que há margem para espaçar mais alguns dias o reajuste do diesel".
Também entra no radar do investidor o fato de que o presidente da Câmara, Rodrigo Mais, enfrenta uma extensão por 60 dias do seu inquérito na Procuradoria Geral da República. A investigação apura uma suposta propina paga pela Odebrecht de R$ 1,4 milhão ao parlamentar. Seu pai, Cesar Maia, também estaria envolvido no esquema.
A preocupação é de que o caso atrapalhe a tramitação da reforma da Previdência no Congresso, que já dava sinais de enfraquecimento tanto por críticas do próprio Rodrigo Maia quanto a atuação do governo na defesa do tema quanto pelo avanço da estratégia do Centrão em atrasar o cronograma da proposta em favor do orçamento impositivo.
Ontem, o Ibovespa enfrentou sua terceira queda consecutiva e fechou em baixa de1,25%, a 94.754 pontos, perdendo os 95 mil pontos.
Valor