O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 0,4% no 1º trimestre, na 5ª alta seguida na comparação com os três meses anteriores, divulgou nesta quarta-feira (30) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em valores correntes, o PIB em 2017 foi de R$ 1,6 trilhão.
Entre os setores da economia, a agropecuária cresceu 1,4%, enquanto indústria e serviços mostraram variação positiva de 0,1%. A expectativa do mercado era de uma alta entre 0,1% e 0,5%.
Apesar da retomada ainda frágil, os resultados vieram até melhores do que o esperado por parte do mercado. A expectativa é que a indústria e os serviços poderiam vir negativos. O mercado esperava uma alta do PIB entre 0,1% e 0,5%.
Do lado da demanda, o consumo das famílias manteve a trajetória de recuperação com alta de 0,5%, acima do esperado pelas projeções, e os investimentos subiram 0,6%. Somente o consumo do governo mostrou retração no período, de 0,4%, em meio ao forte ajuste fiscal diante das contas públicas no vermelho.
O IBGE revisou o PIB do 4º trimestre de 2017 de alta de 0,1% para 0,2%, o do 3º trimestre de 0,2% para 0,3% e o do 1º trimestre de 1,3% para 1,1%.
De acordo com a gerente de Contas Nacionais do IBGE, Claudia Dionisio, com resultado o 1º trimestre, o PIB permanece no mesmo patamar observado no final do ano passado. "Se eu tiver que remeter a um patamar anterior, a gente estaria no primeiro semestre de 2011", disse.
Retomada lenta Na base de comparação anual, o PIB cresceu 1,2%, mostrando uma desaceleração em relação aos trimestres anteriores. A variação trimestre frente ao mesmo trimestre no ano anterior foi de 0, 0,4%, 1,4% e 2,1%, do primeiro para o quarto trimestre, respectivamente.
Na taxa acumulada nos últimos 4 trimestres contra os 4 trimestres imediatamente anteriores, entretanto, o PIB mantém a trajetória de recuperação. Nesta base de comparação, o crescimento foi de 1,3% no 1º trimestre, o segundo após uma sequência de 11 resultados negativos.
Quatro economistas ouvidos pelo G1 destacaram que o avanço do consumo das famílias, ainda que tímido, puxaram o PIB do trimestre, assim como a expansão do agronegócio, que impulsionou a economia no ano passado. Para eles, no entanto, a recuperação é tímida.
O economista Roberto Luis Troster diz que, apesar do resultado ser positivo, não pode ser analisado como um crescimento forte. "0,4% é fraco, boa parte disso é agricultura. É muito pouco ainda", aponta.
O economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, destacou o avanço do consumo das famílias. "É um resultado bom, mas é uma recuperação fraca e é prudente que seja assim, porque está alinhada com as atividades de emprego. O consumo vai continuar crescendo de forma moderada porque primeiro é preciso recuperar o emprego", disse.
O Produto Interno Bruto é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. Em 2017, o PIB teve uma alta de 1%, após dois anos consecutivos de retração.
As projeções para o PIB, que no início de 2018 apontavam para alta até acima de 3% passaram a ser revisadas seguidamente para baixo, e agora estão ao redor de 2%.
Na semana passada, o próprio governo reduziu de 2,97% para 2,5% a previsão de crescimento da economia brasileira em 2018. Já a média dos analistas do mercado financeiro baixaram a previsão de alta do PIB para o ano de 2,50% para 2,37%, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central. Fonte: G1