Dentro da nossa sequência de ouvir a voz de líderes do agro, ouvimos hoje o presidente da Associação Brasileira da Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin (foto), entidade que reúne aves, ovos, suínos, representando mais de US$ 10,5 bilhões nas exportações. Ricardo, que está neste momento em Montreal, no Canadá, na SIAL – Salão Internacional da Alimentação, abrindo o mercado canadense para a carne suína brasileira, enfatiza aqui para o Blog Agrosuperação do CanalRural que não podemos passar mais um ano com a vergonha de não realizar a reforma tributária, diminuindo dificuldades internas para crescermos nessa atividade que multiplica o valor.
Dentro da nossa sequência de ouvir a voz de líderes do agro, ouvimos hoje o presidente da Associação Brasileira da Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, entidade que reúne aves, ovos, suínos, representando mais de US$ 10,5 bilhões nas exportações.
Ricardo, que está neste momento em Montreal, no Canadá, na SIAL – Salão Internacional da Alimentação, abrindo o mercado canadense para a carne suína brasileira, enfatiza aqui para o Blog Agrosuperação do CanalRural que não podemos passar mais um ano com a vergonha de não realizar a reforma tributária, diminuindo dificuldades internas para crescermos nessa atividade que multiplica o valor dos grãos.
Somos o maior exportador mundial de frango e o 4º maior de suínos e os planos dos presidenciáveis precisam incluir uma estratégia e planejamento com a importância dos grãos, principalmente soja e milho, mas que sem o setor agroindustrial da proteína animal, os US$ 10,5 bilhões que exportamos virariam a metade disso e não geraríamos mais de 4 milhões de empregos.
Em síntese o setor da proteína animal, na voz de Ricardo Santin, “pede reformas estruturais urgentes, onde a tributária não deveria esperar por eleições, pede logística, infraestrutura de portos, ferrovias e que o presidente, venha a ser quem for, promova a imagem brasileira de um produtor de alimentos que significa segurança alimentar do mundo e com sustentabilidade, como de fato somos”, afirma Ricardo Santin, que ainda salienta “a importância e resiliência do setor de ovos que tem tudo para crescer e exportar para o mundo”.
Assim como ouvimos da liderança do setor de ovos, fica claro, para não dizer “clara” a necessidade de uma política de grãos, o alimento dos animais, ao lado das condições estruturais e tributárias para crescermos nessa vocação nacional já comprovada: proteína animal nas integrações e nas cooperativas agroindustriais.
E que o futuro presidente assuma a responsabilidade por apoiar e ajudar na construção de uma imagem positiva mundial, sustentável, do agro nacional. Esse é o recado de Ricardo Santin, ABPA, aos candidatos à presidência da república.
Bom trabalho, aí em Montreal, no Salão Internacional da Alimentação (SIAL), presidente Santin, que venha o mercado canadense para os suínos e demais proteínas brasileiras.
Segue a íntegra da voz de líder Ricardo Santin, da ABPA:
“Olá Tejon, bom dia, é uma alegria estar com você! E para os nossos candidatos a presidente eu gostaria de deixar uma mensagem de que com qualquer um deles vencedor, deve respeitar a nossa vocação natural de produzir alimentos e também ajudar na segurança alimentar global.
Eu tenho um ditado que é: não pode haver fronteiras para os alimentos, mas isso tem dado muito certo para o país. Produzir alimentos com sustentabilidade. No nosso caso de aves, suínos e ovos, os US$ 10,5 bilhões recebidos de receita no ano passado, se fossem feitos somente em grãos daria menos da metade do que isso. E essa agregação de valor foi para mais de 4 milhões de pessoas na cadeia de trabalho, dentro do nosso país, trazendo receitas para todos.
Então, por isso, eu queria pedir aos nossos próximos candidatos que tenham nos seus programas de governo prioridade para essas atividades que são essenciais para o Brasil e também para vários países do mundo. A FAO/OCDE prevê que o crescimento de necessidade de produção de alimentos nos próximos 5 a 10 anos, no caso do Brasil, tem de crescer 41%, enquanto os nossos concorrentes cresce, na média, de 12% a 15%.
Essa é a realidade que tem de ser colocada nos programas de governo e incentivada. O Brasil como produtor de alimentos básicos, produtor de grãos, convertendo também esses grãos em proteína animal, em outros alimentos, sendo um grande gerador de receita para o país, mas acima de tudo impulsionando o agronegócio como grande protagonista do Brasil. Criando uma imagem positiva lá fora e mostrando que estamos aptos a ser parceiros de todas as nações do mundo com produção de alimentos sustentáveis.
Também queria dizer aos nossos candidatos que para que a gente mantenha essa posição de liderança global e cada vez mais se consolide como um líder na segurança alimentar global, nós precisamos ter competitividade, nós somos o maior exportador de carnes e aves do mundo, 4º maior de suínos e para tanto precisamos ter mudanças na nossa infraestrutura. Que nos deem condições de trabalhar para as empresas e para o setor como um todo, poder ganhar e manter a sua posição de destaque no mundo afora.
Aí inclui as reformas, e no meu caso entendo que a reforma tributária é urgente, independente de tempo de eleição, ou não, nós não podemos passar vergonha de não fazer mais uma vez a reforma tributária e, junto com ela, outras tantas reformas e algumas que já começaram a acontecer e que sejam mantidas para que a gente possa crescer, entrar na OCDE, mostrar ao mundo que nós estamos cada vez mais focados em ajudar o desenvolvimento global e ajudar a segurança alimentar.
Essa visão que temos de fazer processos que simplifiquem a vida das nossas empresas, que tenham a capacidade de autocontrole, de gestão própria e, acima de tudo, inserção de novas tecnologias, com mais planejamento, com internet das coisas, com algoritmos, trabalhando para que as pessoas possam ter cada vez mais esse alimento de qualidade que nós produzimos, um agronegócio de qualidade que a gente produz, de excelência, de ponta, de tecnologia, de primeira grandeza, pra que a gente possa então ser cada vez melhor posicionado no mundo afora.
É isso que eu penso, precisamos que os candidatos olhem não pra que tenhamos apenas competitividade cambial. Precisamos ter questões estruturais, mais ferrovias, melhores portos, pagando bem os nossos servidores públicos, com responsabilidade e acima de tudo mostrando que o Brasil está preparado para o grande desafio do futuro que é alimentar a humanidade. E nós vamos colaborar com todas as agroindústrias do mundo inteiro, ajudando a complementar as produções locais além de manter, naturalmente, a mesa dos brasileiros sempre farta, sem nenhuma falta de alimento nunca.
E por último, Tejon, aos presidenciáveis eu queria pedir especialmente que cuidem da imagem do agronegócio brasileiro. O Brasil tem potencialidades imensas, enormes. Nós não podemos ser prejudicados e que as pessoas tenham uma percepção equivocada daquilo que se faz aqui. Tudo que a gente faz aqui tem a sustentabilidade no seu DNA. E é isso que a gente tem que fazer e mostrar para o mundo. Para os nossos presidenciáveis, por favor, trabalhem nessa imagem brasileira para consolidar o Brasil cada vez mais como uma grande potência alimentar do mundo.”
Por: José Luiz Tejon
Fonte: Agronews