Previdência: Bolsonaro admite rever BPC e reduzir idade mínima para mulher se aposentar




01/03/2019 - 12:13

O presidente Jair Bolsonaro se reuniu, na manhã desta quinta-feira (28), com um grupo de jornalistas para um café ao lado do gabinete presidencial, em Brasília. No encontro de 40 minutos no Palácio do Planalto, ele falou sobre a reforma da Previdência; a exoneração de Gustavo Bebianno do cargo de ministro da Secretaria-Geral da Presidência; o papel da imprensa profissional; o uso das redes sociais; e a crise da Venezuela, dentre outros assuntos. Estavam presentes alguns ministros e o vice, Hamilton Mourão. Bolsonaro admitiu que o governo poderá rever alguns pontos da proposta de reforma da Previdência, desde que a essência seja mantida. Ele disse que o projeto não pode ser desfigurado. Sobre a reforma da Previdência, falou sobre: Benefício de Prestação Continuada (BPC) para os idosos carentes. Na proposta do governo, esse benefício iria para idosos, um salário mínimo, de mais de 70 anos, com uma variação de R$ 400 para 60 a 70 anos. Hoje, são 65 anos. Bolsonaro admitiu que pode haver alguma revisão sobre o BPC. Idade para aposentadoria rural Outro detalhe a ser discutido, segundo o presidente, é a idade mínima para aposentadoria de mulheres. Na proposta do governo enviada à Câmara, está em torno de 62 anos. Ele chegou a admitir algo em torno de 60 anos, ainda a se discutir. Bolsonaro citou que existem algumas "gorduras que a gente possa rever", desde que o projeto da reforma seja mantido. Sem 'loteamento de cargos' Bolsonaro afirmou que está fazendo um contato com líderes partidários, mas assegurou que, para a reforma da Previdência, não vai haver o que ele chama de loteamento de cargos, ou seja, a divisão de cargos de acordo com interesses políticos. Segundo o presidente, a divisão de cargos no governo por meio de critérios técnicos vai permanecer. Ele reafirmou que haverá negociações e discussões e até indicações de políticos – desde que sejam preenchidos os critérios técnicos para ocupação desses cargos. Base aliada ainda está em formação Questionado a respeito da base aliada do governo para o embate da reforma da Previdência, Bolsonaro respondeu: "A base ainda está em formação". O presidente tem tido contato com os líderes partidários – inclusive isso aconteceu nesta quarta-feira (27) – e deve ir ajustando a base para a votação. Ele afirmou que pretende ficar em Brasília durante o carnaval, fazendo contato por telefone ou corpo a corpo com os parlamentares. Primeiro ministro a deixar o governo, Bebianno despachava do Palácio do Planalto e foi um dos coordenadores da campanha presidencial no ano passado. A exoneração do ministro foi confirmada em meio a uma crise que se originou com a suspeita de que o PSL, partido ao qual Bolsonaro e Bebianno são filiados, usou candidaturas de laranjas nas eleições. A controvérsia se agravou em 13 de fevereiro, quando um dos filhos de Jair Bolsonaro, o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PSC), criticou Bebianno em uma rede social. Segundo Carlos, era uma "mentira absoluta" que o então ministro tinha falado três vezes com o presidente na véspera. Já em 19 de fevereiro, um dia depois da demissão de Bebianno, a revista "Veja" divulgou áudios que apontavam que Bolsonaro havia enviado ao menos três mensagens ao então ministro. Sobre isso, Bolsonaro disse no café desta quinta que também que conversa com ministros por mensagens de voz e afirmou lamentar o vazamento dos áudios no caso de Bebianno. Bolsonaro destacou a importância da mídia profissional O primeiro assunto tratado por Bolsonaro no encontro com os jornalistas desta quinta, no qual se mostrou descontraído e disposto, foi a importância da mídia profissional. O presidente disse que, antes e durante a campanha, teve muito contato com as redes sociais. Agora, porém, prefere fazer esse contato com a imprensa profissional, ressaltando a importância do trabalho dos jornalistas diante da expectativa da reforma da Previdência, que começa pela Câmara dos Deputados e depois vai para o Senado. O presidente prometeu mais contato com a imprensa profissional e se colocou à disposição. Venezuela Jair Bolsonaro disse que está com uma grande expectativa com relação a ajuda à Venezuela. Nesta quinta, ele recebeu o líder oposicionista Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino do país. Em seguida, Guaidó concedeu uma entrevista. Na reunião com os jornalistas, Bolsonaro ouviu a seguinte pergunta: "Presidente, o senhor poderá ter um contato, falar com o Nicolás Maduro, se houver essa possibilidade?". Depois de pensar, Bolsonaro respondeu: "Eu posso ter um contato com o Nicolás Maduro, se ele quiser, se ele assim o desejar, desde que seja para tratar da redemocratização, da volta da democracia à Venezuela, com a instituição de eleições livres, com observação internacional e a retomada da democracia na Venezuela, com a participação ampla numa eleição". Ele admitiu a possibilidade de ter um contato desde que Maduro assim o deseje. E completou: "Se até o presidente Donald Trump se encontrou com o presidente norte-coreano, por que eu não posso falar com Nicolás Maduro, se for do interesse da Venezuela e do interesse do povo brasileiro?". Bolsonaro demonstrou preocupação com a questão da fronteira entre Brasil e Venezuela, fechada por ordem de Maduro na semana passada, e disse que vai manter essa expectativa. O Brasil está entre os países que não reconhecem a legitimidade de Maduro como presidente da Venezuela. Transferência de embaixada em Israel não está decidida Outro ponto abordado pelo presidente foi a transferência da embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv para Jerusalém. Sabe-se que houve a definição do governo americano sobre essa transferência. E, diante de uma fala de Bolsonaro de que poderia adotar a mesma linha, houve muita polêmica em Brasília, nos meios diplomáticos. Nesta quinta, Bolsonaro afirmou que a questão não está definida. Disse que ainda está em estudo, porque existem outros fatores envolvidos, inclusive questões comerciais. A própria ministra da Agricultura, Tereza Cristina, segundo o presidente, teria lhe falado sobre questões que envolvem outros países – por exemplo, do mundo árabe – na negociação. Portanto, a transferência da embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém ainda é uma possibilidade não acertada, segundo ele. Mas também não está descartada. Pediu a Carlos que vá mais devagar nas redes sociais O último tema do encontro no café com o presidente Jair Bolsonaro surgiu quando alguns dos jornalistas presentes perguntaram: "Mas e a questão das redes sociais?". Sabe-se que um dos filhos do presidente, o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PSC), é um ativo participante das redes sociais. Jair Bolsonaro disse que tem uma boa relação com os filhos, que ele os recebe em Brasília e que inclusive alguns deles não frequentam tanto quanto ele queria. O motivo, segundo ele, são as responsabilidades de todos e do próprio presidente. No entanto, Bolsonaro disse ter pedido a Carlos que vá mais devagar nas redes sociais. O presidente afirmou ainda que ele próprio vai fazer o que chamou de mediação dos conteúdos publicados nas redes sociais em relação a ele próprio. Essas redes sociais, disse o presidente serão usadas – como chegou a sugerir o presidente da Câmara, Rodrigo Maia – no convencimento dos parlamentares e da população sobre a reforma da Previdência. G1

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