08/02/2021 - 10:25
A Raízen, líder mundial em açúcar e etanol de cana-de-açúcar, assinou nesta segunda-feira acordo para comprar a Biosev, uma das maiores empresas do setor, em uma transação que envolverá pagamento de 3,6 bilhões de reais e ações, informaram as empresas em fatos relevantes.
Com a integração, a Raízen, uma joint venture da Cosan e da Shell, passará a contar com um total de 35 unidades produtoras, totalizando uma capacidade instalada de 105 milhões de toneladas de cana.
Pelo acordo, Cosan e a Shell deverão ficar no futuro com fatias de 48,25% da Raízen, enquanto os acionistas da Biosev, subsidiária da Louis Dreyfus, com os 3,5% restantes.
Segundo a Raízen, o negócio envolve nove unidades da Biosev, com capacidade total de moagem de 32 milhões de toneladas de cana, localizadas em São Paulo (seis),
Mato Grosso do Sul (duas) e Minas Gerais (uma), que virão sem qualquer dívida, além de 280 mil hectares de cana.
Com o negócio, a Louis Dreyfus tem a chance de equacionar uma dívida de cerca de 7 bilhões de reais (ao final de setembro de 2020), que no passado foi causa de vários prejuízos líquidos.
Mais recentemente, com grandes receitas geradas pelos preços do açúcar, a Biosev registrou seu primeiro ganho semestral em sua história, com forte desempenho operacional mais do que compensando as perdas geradas pelo endividamento.
Uma vez concluída a transação, a Biosev vai se tornar uma subsidiária da Raízen e os atuais acionistas da empresa adquirida migrarão para uma holding que receberá uma participação minoritária na companhia sem direito a voto.
Em um primeiro momento, a nova holding que abrigará os acionistas da Biosev, chamada Hédera, terá uma fatia de 4,99% na empresa, sendo que uma parcela de 3,5% é de ações preferenciais e outra de chamadas ações resgatáveis que terão um valor simbólico --definidas apenas para título de pagamento de dividendos por um período, ou até que haja um chamado "evento de liquidez", como um eventual IPO da Raízen, por exemplo.
Segundo o fato relevante, as ações preferenciais estarão sujeitas a determinadas opções de compra e venda.
Após seis meses contados do sexto, sétimo, oitavo e nono aniversários da data de fechamento do acordo, a Raízen terá uma opção de compra para adquirir as ações preferenciais pelo seu valor de mercado.
Após seis meses contados do nono aniversário da data de fechamento (e após o prazo para o exercício da opção de compra pela companhia no mesmo período), a Hédera terá uma opção de vender sua participação à Raízen, com um desconto de 20% sobre o seu valor de mercado.
Mas, ressaltou o comunicado, todas as opções de compra e venda serão canceladas caso ocorra uma oferta inicial de ações em bolsa de valores.
Já as ações resgatáveis (temporárias) estão sujeitas a determinados critérios estabelecidos no acordo de acionistas e serão obrigatoriamente resgatadas por um valor nominal simbólico.
Isso aconteceria, por exemplo, caso ocorra um evento de liquidez da companhia (como IPO), ou caso a Raízen exerça a opção de compra das ações preferenciais, ou após décimo aniversário da data de fechamento do negócio.
Fonte:
Terra