A reforma da pista do Aeroporto Internacional de Campo Grande, que deve prosseguir até janeiro de 2014, já afeta o preço das passagens para voos que partem da campital sul-mato-grossense. Com as obras, alguns horários de pousos e decolagens foram cancelados e as promoções já sumiram das operadoras.
Até o dia 20 de outubro, os preços devem registrar aumentos de até 100%, em razão da diminuição das ofertas de voos no terminal justamente nos horários nos quais as ofertas são mais comuns. Como o fluxo de passageiros se mantém, a procura pelas passagens causa a alta.
“A reforma da pista já está afetando a venda de passagens nas operadoras, não só das promoções. O horário ideal para que essa obra fosse feita seria durante o dia, das 11h00 às 19h00, porque não afetaria a demanda de voos, representando apenas 10% do total. Como farão à noite e na madrugada, haverá uma diminuição da oferta e com isso os preços sobem. É uma lei de mercado e quem sofre com isso é o consumidor”, explica o Fernando Scheffer, executivo em uma agência.
De acordo com a Infraero, foram disponibilizados horários alternativos para que as companhias aéreas adaptassem suas conexões em Campo Grande. No entanto, o órgão afirma que a decisão de mudar os horários dos voos ou cancelar as operações compete a cada empresa aérea.
Os clientes já sentem no bolso os efeitos. “A maioria das vezes que comprei passagens de promoção o voo saia de Campo Grande à noite ou na madrugada. A diferença era grande de preço em relação a outros horários. Eu acho complicado pagar caro, pois a maioria das vezes que compro é para ida a provas de concursos fora daqui. Ir de ônibus não é viável já que para fazer uma prova o desgaste conta muito”, reclama o advogado Thiago José.
A obra - Na reforma, serão feitas a instalação de ranhuras para o escoamento da água da chuva, colocação de groovin, além do recapeamento da pista principal e das vias de taxímetro de aeronaves. A conclusão total das alterações está marcada para janeiro de 2014, e cerca de 840 voos serão afetados no terminal de Campo Grande.
A situação é contrária à recente promessa da presidente Dilma Rousseff, de equivaler o valor das passagens aéreas com as de ônibus. Além do aeroporto da capital sul-mato-grossense, outros 280 terminais aeroportuários passam por reformas no Brasil e a alta dos preços é refletida em todo Mercado.
"Queremos incentivar a aviação para cidades médias. Por isso, criamos uma estrutura de subsídios que vão assegurar o fluxo de passageiros. Iremos garantir uma estrutura mínima de pátio, pista e terminal”, garantiu a presidente em uma feira pecuária tradicional de Uberaba-MG, em maio deste ano.
Secretaria da Aviação Civil da Presidência da República pretende nos próximos anos realizar uma interiorização da aviação regional e com isso diminuir o preço das passagens aéreas com o aumento de ofertas do serviço. Para isso estão realizadas pela Infraero adequações em vários aeroportos, que envolvem ampliações da área de embarque, melhorias de estacionamento.
Subsídios para as empresas de aviação também são estudados pelo Governo Federal para que seja garantido o fluxo de passageiros após as mudanças nos terminais aeroportuários.