O ministro Paulo Guedes (Economia) disse que a reforma tributária sairá do papel. Segundo ele, se não avançar neste ano, esta será a 1ª proposta de um eventual 2º mandato de Jair Bolsonaro (PL).
“É uma questão de tempo. Nós vamos fazer. Se não fizer agora, vai ser a 1ª medida do nosso governo no 2º mandato”, disse Guedes, ao palestrar durante o aniversário da Associação Comercial e Empresarial de Maringá.
Ele seguiu: “A reforma era muito simples e é, seguramente, o que nós vamos encaminhar logo no 1º mês do próximo governo. É exatamente a reforma tributária que nós estávamos propondo antes”.
O ministro fez referência ao projeto que muda as regras do IR (Imposto de Renda) ao falar sobre a reforma tributária do governo. Ele disse que o projeto reduz a carga tributária das empresas, desonera a classe média e taxa os super ricos. Segundo ele, é o que se espera do Brasil na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
O projeto apresentado pelo governo em 2021 propõe a redução do IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica) e a correção da tabela do IRPF (Imposto de Renda Pessoa Física). Em contrapartida, propõe a taxação dos lucros e dividendos.
Tramitação
A mudança nas regras do IR foi aprovada pela Câmara dos Deputados, mas foi alvo de uma série de críticas e está parada no Senado Federal. Os senadores tentam votar outra proposta de reforma tributária, que unifica os impostos. A votação, contudo, foi adiada no fim de março.
Guedes saiu em defesa do projeto do IR, dizendo que que a taxação dos lucros e dividendos seria de 15% e só para os valores mensais superiores a R$ 400 mil. Ele disse que é uma “insensatez” não apoiar o projeto, porque é uma “reforma pró-mercado”.
“A reforma é relativamente simples e foi obstaculizada. Lobbies vieram e paralisaram a reforma. Ela terá que ser feita e será feita. Tomara que seja feita por nós, porque qualquer outro grupo que entrar [no governo] vai botar [o imposto] muito maior, vai botar no progressivo”, afirmou.
O ministro disse ainda que promete intensificar o programa econômico deste governo se o presidente Jair Bolsonaro (PL) for reeleito, com reformas e privatizações. Falou ainda que tentará novamente desonerar a folha de pagamentos.
Guedes mostrou-se confiante no desempenho do centro-direito nas eleições deste ano. Segundo ele, o Brasil está entrando em 2022 “com a perspectiva de reforma no Congresso, com partidos de centro-direita ampliando a votação”.
Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil
Fonte: Jornal do Dia