Relator insiste em uso de precatórios, e custeio de programa fica indefinido




01/10/2020 - 10:16

Após o governo ensaiar um recuo na proposta de financiar o Renda Cidadã com dinheiro dos precatórios, o dia de ontem terminou com uma indefinição em torno de como se pretende custear o programa social bolsonarista.

Momentos depois de o ministro da Economia, Paulo Guedes, ter defendido um a fonte de recursos “saudável, limpa e permanente” para o programa, o senador Marcio Bittar (MDB-AC), relator das PECs do Pacto Federativo e do auxílio emergencial, disse ao Valor que a ideia de usar os precatórios para essa finalidade estará implícita no texto, que ele está finalizando.

Ontem, enquanto membros do governo propagavam a versão de que Guedes foi “atropelado” nas discussões, Bittar afirmava que a ideia teve aval do presidente Jair Bolsonaro e do ministro.

“Um projeto dessa magnitude jamais seria apresentado se não tivesse o conhecimento e a aprovação do presidente da nação e o carimbo de ‘ok’ do ministro da Economia”, afirmou.

Ontem pela manhã, um ministro disse ao Valor que a ideia foi apresentada à equipe econômica, mas que ainda não tinha o aval do governo quando foi apresentada, em entrevista coletiva no Palácio da Alvorada, na segunda. Uma outra fonte palaciana havia dado a mesma versão na noite anterior, também falando sob anonimato.

Bittar não quis dizer de quem foi a autoria da proposta. E afirmou que a vinculação entre os precatórios e o Renda Cidadã não será explícita no seu projeto.

“O texto que vamos apresentar não estará dizendo que o dinheiro do precatório vai criar o programa. É subentendido”, disse. “O importante é que o ministro deu uma demonstração cabal de que concorda com a proposta dos precatórios. Se ele não concordasse a proposta não existiria”, acrescentou.

Por isso, explicou, tecnicamente o ministro tem razão ao dizer que não pode haver uma vinculação direta na legislação entre as reduções de precatórios e o programa que vai suceder o Bolsa Família.

“Mas isso não muda nada. É uma bobagem. O governo precisa buscar uma ‘sobra’ no orçamento. E o espaço é esse”, afirmou. “Nós precisamos achar um dinheiro no orçamento do país para atender 10 milhões de brasileiros. Essa é uma forma. Não é calote.”

O tema foi discutido em ao menos três reuniões no Planalto nos últimos dois dias, com a presença de Bolsonaro e Guedes. Na terça, participaram Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Fábio Faria (Comunicações), e os presidentes do Banco Central, Roberto Campos Neto, e do BNDES, Gustavo Montezano. Uma nova reunião ocorreu na manhã de ontem, com a presença apenas de Jorge Oliveira (SecretariaGeral).

A liderança do governo Congresso só entrou nas conversas na noite de ontem. Nessa última reunião, estavam Ricardo Barros (PP-PR), líder na Câmara, Fernando Bezerra (MDB-PE), líder no Senado, além de Braga Netto (Casa Civil), Jorge, Ramos e Campos Neto. Todos saíram do palácio sem falar.

Fonte: Valor Econômico

Observatório Econômico
12/07/2023 - 09:24
Especialistas defendem novas formas de custeio de sindicatos

Assunto foi debatido em evento sobre os 80 anos da CLT, no Rio

07/02/2023 - 14:40
Técnicos do Sindifiscal/MS apontam que MS deve estreitar relações com a Índia

Análise das exportações de MS aponta que as vendas para Índia em 2022 aumentaram 325% em comparação ao ano passado




Veja mais

Insatisfação na Receita Federal resulta em debandada na chefia

Ao menos 14 líderes de divisão da Coordenação Geral de Tributação pediram demissão; há críticas a uma resolução que disciplina bônus de eficiência

“Precisamos de pacto entre todas as carreiras”, defende Francelino Valença sobre Lei Orgânica do Fisco

Presidente da Fenafisco reforçou durante palestra que pacto entre todas as carreiras do Fisco é fundamental para construir uma lei orgânica que fortaleça a administração tributária

Taxa de homicídio cai, mas violência matou 45,7 mil no Brasil em 2023

De cada 100 casos, 71 foram por arma de fogo, revela Atlas




Sindicato dos Fiscais Tributários do Estado de Mato Grosso do Sul - SINDIFISCAL/MS

---