Renomados economistas como o americano Joseph Stiglitz ou o francês Thomas Piketty defendem que o PIB deixe de ser o principal critério econômico para evitar "graves erros que impliquem novas crises econômicas", afirma um relatório publicado nesta terça-feira (27) pela OCDE.
"Quando nos concentramos naquilo que temos mais a mão, podem ser cometidos graves erros de política econômica", alertou Martine Durand, diretora de estatísticas e dados da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE).
"Se tivéssemos medido melhor os efeitos da crise, talvez teríamos adotado respostas políticas que minimizariam os efeitos econômicos, políticos e sociais", acrescentou.
O relatório intitulado "Mais além do PIB" (Produto Interno Bruto), que sugere medir o que conta no bom funcionamento econômico e social", será publicado nesta terça-feira, coincidindo com o início do Fórum Mundial da OCDE, que será celebrado até quinta-feira na cidade coreana de Incheon.
Os autores do relatório pedem aos governos que deem uma importância maior à luta contra as "desigualdades", principal tema do estudo de Piketty, invés de priorizar o cálculo do PIB, que mede o crescimento anual de cada país.
"Temos que superar o PIB para estudar a saúde econômica de um país, através de uma série de indicadores que meçam a divisão dos níveis de bem-estar em uma sociedade além da sustentabilidade social, econômica e ecológica", afirmam os autores do estudo, que asseguram ter aprendido as lições da crise de 2008.
"Indicadores mais adaptados à insegurança econômica teriam revelado que as consequências da recessão eram muito mais importantes do que indicavam as estatísticas baseadas no PIB", acrescentam.
Com este relatório, o grupo de economistas prosseguem com o trabalho realizado em 2009 para a OCDE por Stiglitz e o indiano Amartya Sen, os dois ganhadores do Prêmio Nobel de Economia.
G1.