O Banco Central admitiu que a inflação deste ano ficará novamente acima do teto da meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) com limite de 5%. A informação está no Relatório Trimestral de Inflação, divulgado nesta quinta-feira (30).
“Destaca-se o aumento da probabilidade de a inflação ficar acima do limite superior em 2022, que passou de 88% no relatório anterior para próximo de 100%”, diz o documento. Este será o segundo ano consecutivo em que a meta de inflação será descumprida, após a inflação de 2021 ter fechado em 10,06%, valor bem acima dos 5,25% definidos pelo teto daquele ano.
Ainda segundo o BC, a chance de o mesmo acontecer em 2023 avançou de 12%, em março, para 29%, em junho. No ano que vem, o centro da meta foi definida em 3,25%, com margem para oscilar entre 1,75% e 4,75%.
Para alcançar a meta, o BC eleva ou reduz a taxa básica de juros, a Selic, como forma de incentivar (Selic para baixo) ou desestimular (Selic para cima) o consumo. O menor consumo, por exemplo, desacelera a atividade econômica e segura o ritmo de alta da inflação.
Na última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu aumentar a Selic para 13,25% já mirava na meta de 2023, uma vez que os impactos da política monetária podem levar de seis a 18 meses para serem sentidos na atividade econômica e na inflação.
Quando a meta é totalmente descumprida — ou seja, o IPCA não consegue ficar nem dentro da margem de erro —, o presidente do Banco Central é obrigado a fazer uma carta aberta explicando as razões por não ter cumprido sua missão. A projeção oficial da autoridade monetária é de que a inflação termine 2022 em 8,85% e alcance 5% no ano que vem.
Fonte: CNN Brasil