O recém-empossado presidente do Instituto Brasileiro de Geografia de Estatística (IBGE), Roberto Olinto, afirmou que se não tivessem sido feitas as revisões em indicadores econômicos no primeiro trimestre, o cálculo do PIB estaria errado. A declaração foi feita em coletiva de imprensa a jornalistas nesta terça-feira (6), em São Paulo.
Ele rebateu o que chamou de “especulações” dando conta de que as revisões no cálculo da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) e da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) no início do ano teria favorecido os números do PIB no primeiro trimestre de ano, que cresceu 1% após oito trimestres de queda.
“Se não tivesse as revisões, o PIB estaria errado. Quando fazemos uma revisão estamos melhorando os dados”, defendeu Olinto. “O PIB divulgado foi o correto e foi feito com os melhores dados que temos no momento. Não vamos adiar nenhuma mudança”, diz.
Segundo ele, haverá novas revisões na metodologia dos indicadores, mas elas serão avisadas com pelo menos dois meses de antecedência, e não mais um mês antes da divulgação dos dados.
“Não houve mudança metodológica nenhuma, o que houve foi uma atualização de amostras das empresas de serviços e comércio e de ponderação, ou seja, foi introduzido este peso nas séries anuais, mas as pesquisas são as mesmas”, comenta Olinto sobre os indicadores.
Revisões
Na medição das vendas do varejo de janeiro ante dezembro, o IBGE revisou o indicador de um recuo de 0,7% para um crescimento de 5,5%. Perguntado sobre a diferença discrepante entre os números, Olinto disse que ela é “assustadora, mas verdadeira”.
“Isso é num modelo de ajuste sazonal onde a relação de dezembro com janeiro estava indicando um pico em janeiro. Historicamente vemos que um ponto sempre tem um pico maior”, explicou a jornalistas.
Segundo o presidente do IBGE, todas as séries de indicadores econômicos no Brasil estão profundamente oscilantes. “Elas estão com uma volatilidade muito forte neste momento econômico”.
Sobre o momento adequado de fazer a revisão, Olinto defendeu que ela foi feita na hora certa, quando os dados ficaram disponíveis. Segundo ele, a definição não segue critérios políticos, apenas técnicos. “Quando um dado está disponível ele tem que ser divulgado. O instituto não pode segurar o dado para publicar no momento certo”, disse.
Fonte: G1