O volume do setor de serviços caiu 1,0% em agosto frente a julho (na série com ajuste sazonal). Foi o pior resultado para o mês nesta base de comparação desde o início da série histórica, em janeiro de 2012, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (17). Foi também o segundo mês seguido de retração do setor. Em julho, o volume de serviços recuou 0,8%, na primeira queda desde março. Em relação a agosto de 2016, na série sem ajuste sazonal, os serviços caíram 2,4%, e mantiveram a sequência negativa iniciada em abril de 2015. O pior resultado de agosto foi observado em 2016, quando houve queda de 3,9%. Os acumulados no ano (-3,8%) e em 12 meses (-4,5%) continuam iguais, segundo o IBGE. Segundo o analista da coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Roberto Saldanha, as consecutivas quedas no setor de serviços indicam que "ele precisa de uma alavancagem maior de outros setores da economia” para voltar a acumular bom desempenho. Serviços às famílias recuam 4,8% A maior queda do setor foi registrada nos serviços prestados às famílias. Com recuo de 4,8%, este ramo de atividade teve interrompida uma sequência de três resultados positivos. “O mês de agosto foi muito fraco para os serviços prestados às famílias principalmente por conta de alojamento e alimentação fora de casa. Foi generalizado em todas as unidades da federação”, observou Saldanha. “Eu considero essa queda [dos serviços prestados às famílias] pontual. Não quer dizer que está com uma tendência de queda", enfatizou o pesquisador. Saldanha destacou, no entanto, que não foi apenas o setor de serviços prestados às famílias que puxou o resultado negativo do mês. Atividades de setores como o de tecnologia da informação, transportes e outros serviços, como as atividades turísticas, também tiveram queda e ajudaram a compor o índice geral. Serviços profissionais, administrativos e complementares subiram 1,6%, outros serviços avançaram 1,0%, transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio cresceram 0,7% e serviços de informação e comunicação, 0,3%. Já as atividades turísticas, um agregado especial, caíram 3,1%. “Não se verificou neste mês um crescimento da demanda tanto para os serviços prestados às famílias quanto aos serviços prestados às empresas também”, ressaltou. Receita do setor A receita nominal do setor em agosto baixou 0,6% frente a julho. Na comparação com agosto de 2016, o crescimento foi de 2,0%. Os acumulados no ano (1,7%) e em 12 meses (0,7%) não foram alterados. Regiões As maiores quedas nos serviços, na comparação com julho, ocorreram em Alagoas (-5,9%), Paraíba (-3,6%) e Amazonas (-2,9%). Os estados que mais cresceram foram Roraima (9,8%), Bahia (3,8%) e Piauí (3,5%). Frente a agosto de 2016, Mato Grosso (15,8%), Paraná (5,5%) e São Paulo (0,8%) foram os destaques positivos. As maiores baixas foram no Distrito Federal (-13,3%), Paraíba (-12,7%) e Amapá (-12,2%). Rio de Janeiro registrou queda de 11,6% em agosto na comparação com o mesmo mês do ano passado. O resultado só não foi pior que o observado em outubro de 2016, quando a queda nesta base de comparação foi de 12,6%. Já o resultado acumulado, tanto no ano quanto em 12 meses, é o pior para o setor fluminense desde 2012. Fonte: G1