Com toldo montado na porta da Assembleia Legislativa de Sergipe, a Vigília em Defesa dos Servidores e dos Serviços Públicos, organizada pelo movimento sindical de Sergipe, abordou o Projeto de Emenda Constitucional (PEC 32) e como ela afetará drasticamente a vida da população brasileira, caso seja aprovada.
O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT Sergipe), Roberto Silva, entregou um ofício das centrais sindicais para os deputados estaduais de Sergipe solicitando que enviem uma Moção de Apelo aos deputados federais para que votem contra a PEC 32 e ajudem a derrubar a PEC da Rachadinha no Congresso Nacional.
Roberto Silva citou o exemplo dos Estados Unidos para explicar que o modelo não serve para o Brasil. “Nos EUA quem não paga não tem atendimento médico. Quem não tem bolsa não estuda na faculdade. Isso não é serviço público, é serviço privado. Agora traga este modelo para a realidade do Brasil com desemprego, fome e pobreza. Milhões de brasileiros serão excluídos de serviços fundamentais. A Reforma Administrativa tem objetivo de entregar este serviço público à iniciativa privada para que os empresários lucrem e deixem a população desassistida”, destacou.
Secretária de Formação da CUT e dirigente do SINDIJOR/SE, Caroline Santos conversou com a população no Centro de Aracaju para explicar que aprovação da PEC 32 não afetará apenas os servidores públicos.
“Se a Reforma Administrativa for aprovada, não vai ter trabalho pra ninguém. O comércio sofre quando o servidor público não tem dinheiro, isso afeta todo o mercado local. Afeta o comércio, a cabeleireira, quem vende roupa, cerveja, quem trabalha com aplicativo… Vemos aqui as lojas vazias. Nós, servidores públicos, estamos há 9 anos sem revisão salarial. Sergipe é um estado com 1 milhão de pessoas na linha da pobreza. Isso é falta de política pública. Precisamos de mais serviço público e não de uma PEC para destruir o serviço público”, criticou.
Dirigente da CUT e da Fetam/SE (Federação dos Servidores Públicos Municipais do Estado de Sergipe), João Fonseca abordou os prejuízos da PEC 32 para os servidores da ativa. “A nossa luta sempre foi e continuará sendo pela sobrevivência. Não bastou a gente fazer concurso público, continuamos lutando para que nossos direitos sejam cumpridos. Imagine como vai ser a nossa vida sem o concurso público. Como será a perseguição política no dia-a-dia com o disfarce de avaliação de desempenho. Por isso todos os servidores municipais do estado de Sergipe precisam participar desta luta. O deputado federal é representante do povo e os servidores precisam conversar com eles para exigir que votem a favor do povo e contra a PEC 32”.
Durante a manifestação, os dirigentes sindicais também falaram sobre o diálogo travado com vereadores de Lagarto e Estância no dia de ontem, 19/10 sobre a PEC 32 que, além de todos os prejuízos ao serviço público, também ameaça a democracia concentrando poderes nas mãos do Executivo Municipal, Estadual e Federal, reduzindo a importância efetiva e o poder de atuação do Legislativo nas três esferas.
O protesto contou com a presença de dirigentes do SINDOMÉSTICO, SINTESE, SINDIJUS, SINDIFISCO, SINDISCOSE, Sindicatos dos Trabalhadores do IBGE, entre outros representantes sindicais e do movimento social.
Foto CUT Fonte: FAXAJU