Taxa de juros da dívida líquida atinge 9,4% no ano até julho




19/09/2013 - 00:00

O aumento da taxa básica de juros (Selic) começa a pesar mais nas contas públicas. É o que mostra dados do Banco Central (BC) sobre a política fiscal. A taxa de juros implícita na dívida líquida do setor público voltou a subir no acumulado deste ano até julho, para 9,4%. No mesmo período de 2012, quando a Selic era de 8% ao ano, essa taxa no endividamento do governo federal, dos estados, municípios e das estatais era de 8,8%. Em julho de 2013, a Selic estava em 8,5%. Hoje, está em 9%.
"Esse avanço da taxa tem relação direta com o aumento da Selic, porque faz quase um ano que o BC vem aumentando os juros básicos e isso tem influência no serviço da dívida", afirma o professor da ESPM, Adriano Gomes.
O especialista em finanças e orçamento público, Paulo Brasil, explica que assim como o aumento da taxa Selic tem impacto direto na capacidade de endividamento do cidadão, isso também afeta as contas públicas.
Ainda conforme os números da autoridade monetária, a taxa implícita na dívida do governo federal junto com o do Banco Central foi a que influenciou no patamar do endividamento do setor público, ao passar de 9,5% no acumulado no ano passado até julho, para 11,1% no mesmo período de 2013. Já nos demais componentes, dentro dessa mesma base de comparação, a taxa de juros recuou. Com relação aos governos estaduais, caiu de 7% para 6%. No caso dos governos municipais, diminuiu de 8,3% para 7,5%. E a taxa das estatais passou de 7,2% para 5,4%.
Outro fator que revela essa influência é a taxa de juros implícita da dívida pública por mês. O último relatório do BC de agosto informou que em julho o patamar era de 1,5%, enquanto que no mês anterior era de 1,1%. Além disso, a despesa com juros também cresceu.
No acumulado em doze meses, os juros nominais alcançaram R$ 226,9 bilhões, 4,91% do Produto Interno Bruto (PIB), elevando-se 0,09 ponto percentual nesta relação em comparação com o acumulado até junho. Em janeiro de 2013, quando a Selic estava em 7,25% ao ano - mesmo patamar desde outubro de 2012 e mantido até março deste ano -, a despesa com juros equivalia a 4,88% do PIB.
Desta forma, o resultado nominal, que inclui o superávit primário e os juros nominais apropriados, nos últimos 12 meses até julho, atingiu R$ 138,7 bilhões, 3,0% do PIB, alta de 0,18 ponto percentual do PIB em relação ao observado em junho.
Segundo o professor da ESPM, outro fator que ajuda a piorar o cenário "é o aumento dos gastos públicos, o que eleva a despesa com juros". "O mercado precifica as taxas visando o maior risco e a dificuldade de financiar o governo [o que gera patamares maiores de juros]", disse.
Para Paulo Brasil, a tendência é que cresça a dívida pública assim como a taxa de juros implícita nela. "Minhas leitura, com base nas principais instituições financeiras é de que a taxa Selic vai subir ainda mais até o final do ano, para segurar a inflação", disse o especialista, opinião esta compartilhada por Adriano Gomes.
Segundo o último relatório Focus, divulgado pelo BC, os analistas consultados pela autoridade monetária projetam que a Selic feche 2013 em 9,75% ao ano, ou seja, alta de 0,75 ponto até dezembro. E que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, termine este ano em 5,82%. No acumulado em 12 meses até agosto, o IPCA era de 6,03%.

Dívida líquida

De acordo com o BC, a dívida líquida do setor público alcançou R$ 1,573 trilhão em julho, equivalente a 34,1% do PIB. Apesar de a relação do endividamento líquido e PIB ter registrado redução de 1,1 ponto percentual ante junho - em função da desvalorização cambial de 12,1% acumulada no ano; do crescimento do PIB corrente; e do superávit primário (economia para o pagamento dos juros da dívida pública) -, os juros nominais apropriados contribuíram para elevar a relação em 3,1 ponto percentual.
Pelo relatório Focus, a expectativa do mercado financeiro é que a dívida líquida com relação ao PIB alcance 34,75%, 0,65 ponto percentual maior do que estava no sétimo mês de 2013.

Observatório Econômico
12/07/2023 - 09:24
Especialistas defendem novas formas de custeio de sindicatos

Assunto foi debatido em evento sobre os 80 anos da CLT, no Rio

07/02/2023 - 14:40
Técnicos do Sindifiscal/MS apontam que MS deve estreitar relações com a Índia

Análise das exportações de MS aponta que as vendas para Índia em 2022 aumentaram 325% em comparação ao ano passado




Veja mais

Fazenda esclarece que não pretende cobrar IBS e CBS de fundos

Ministério pode ajustar texto de lei para evitar interpretações

Entenda as principais mudanças da reforma tributária

Cashback, Imposto Seletivo, cesta isenta entram gradualmente em vigor

Reforma tributária isenta cesta básica de impostos

Já as bebidas açucaradas pagarão mais imposto




Sindicato dos Fiscais Tributários do Estado de Mato Grosso do Sul - SINDIFISCAL/MS

---