A decisão mais importante da área econômica a ser tomada esta semana, sem dúvida, será a definição da nova taxa básica de juros (selic) pelo Banco Central na quarta-feira.
Até o vazamento da gravação do empresário Joesley Batista com o presidente Michel Temer, no último dia 17, os documentos do Banco Central davam margem a que se considerasse a possibilidade de um corte maior do que um ponto percentual na taxa selic, hoje em 11,25% ao ano.
O economista Sérgio Werlang, ex-diretor do Banco Central e um dos responsáveis por implantar o regime de metas inflação em 1999, acha pouco provável que o Banco Central corte o juro além de um ponto.
A inflação está abaixo da meta, a economia deve enfraquecer ainda mais com a crise política sem desfecho previsível. Mas, pondera ele, os juros nos títulos de longo prazo já subiram, refletindo as incertezas no campo político.
A variável política e seus possíveis desdobramentos terá peso relevante na decisão do Banco Central. Nesse ambiente sujeito a eventos surpreendentes a cada dia, senão a cada hora, este é certamente o cenário mais complexo a ser analisado pela equipe de Ilan Goldfanj, desde que ele tomou posse no dia 09 de junho do ano passado.
Tudo o que acontecer (ou não) até o momento da decisão na quarta-feira será levado em conta para a calibragem da taxa selic.
Fonte: G1/ Por João Borges