O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse que o Congresso vai aprovar a reforma tributária “possível”. Em evento do Lide, em Nova York, o deputado ainda fez críticas indiretas ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva, dizendo que falta segurança jurídica no país — e não por culpa do Congresso.
— Vamos fazer a reforma tributária possível. Se for mais dura, com mais transição. Se for mais leve, com menos transição. Não teremos nenhum tipo de dificuldade de negociar com transparência e cautela para que essa reforma saia definitivamente, como todos anseiam — afirmou Lira.
Em seguida, o presidente da Câmara acrescentou.
— (A reforma servirá para termos um) país mais justo, mais simples, com ambiente de negócio mais tranquilo e, principalmente, com segurança jurídica, que tem faltado no nosso país ultimamente. E não é o Congresso que tem faltado a ela. Não é o Congresso que tem instabilizado a segurança jurídica no país. Precisamos que esse ambiente se tranquilize e normalize para que investidores externos e recursos internacionais possam transitar de maneira segura — disse ele.
A fala de Lira ocorre num momento em que Lula tenta rever pontos da privatização da Eletrobras. Na sexta-feira, o governo entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para modificar o estatuto da empresa e garantir mais poder na companhia. A estratégia do Palácio do Planalto foi antecipada pela colunista Malu Gaspar em março.
Na semana passada, o Planalto somou derrota na derrubada de trechos de decretos de Lula que mudavam as regras de saneamento. No Lide, Lira disse que o movimento não se deu por “picuinha ou maldade política”, mas porque atacou um ponto já “amplamente discutido” no parlamento. Ele acrescentou ainda que o Congresso terá de “brigar diariamente” para impedir retrocessos.
— Todos dirão que a principal reforma que o Congresso tem que se debruçar é a reforma tributária. Não. A principal reforma que o Congresso brasileiro terá de brigar diariamente é a reforma de não retroceder em tudo o que já foi aprovado no Brasil no sentido da amplitude do que é mais liberal. Não retroceder será a nossa principal reforma —afirmou o presidente da Câmara.
Fonte: Fenafisco com informações do O Globo